segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Constatações LIX

Já não tenho idade para fazer directas.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Fait-divers natalício

Este ano, a Popota está muito pindérica.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Constatações LVIII

Os Gato Fedorento colocaram a possibilidade (irreal, claro!), do Zé Carlos se transformar num programa da manhã.
Eu digo que, se continuarem assim, não lhes falta muito.
Quando os momentos mais engraçados do programa são os "tesourinhos deprimentes", algo vai bastante mal.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Parabéns!



Manoel de Oliveira comemora hoje 100 anos (e 100 anos é muuuiiittoooo tempo!). Embora não seja fã, admiro-lhe a tenacidade e humildade. E satisfaz-me saber que é nosso o mais velho realizador do mundo.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ah? (2)

E então não é que, segundo os nuestros hermanos do "El Mundo", José Sócrates é o 6º homem mais elegante do mundo?
Mais do que o Jude Lawzinho????
Abstenho-me de comentar.

Adeus

Há momentos e pessoas em que acredito valer a pena apostar. Um feeling... a força de um olhar... ou simplesmente a persistente vontade que tenho de que as pessoas sejam um bocadinho melhores do que são. Por vezes acontece, a maioria não, que já devia saber, por esta altura, que as gentes não são os seres bondosos e honestos que gostaria que fossem.
Iludo-me assim e, na próxima, iludir-me-ei outra vez (e outra e outra vez). Porque não consigo (não quero?) que seja diferente.
No entanto, quando percebo que nunca me conseguirão dar o mesmo que eu dou (e, em tudo o que faço, dou sempre muito) acabo por desistir. Não vale a pena quando já não se acredita, não é?
Não acredito em ti.
Desisto.
Adeus.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Amor & Sexo

(…) Amor sem sexo
É amizade
Sexo sem amor
É vontade...

Amor é um
Sexo é dois
Sexo antes
Amor depois...

Sexo vem dos outros
E vai embora
Amor vem de nós
E demora...

RITA LEE

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Hoje sinto-me assim...


Passagens

"Ao fim e ao cabo, cada vida não é mais do que a soma de factos contingentes, uma crónica de intersecções casuais, de golpes de sorte, de acontecimentos aleatórios que revelam apenas a sua própria ausência de propósito."

Paul Auster in O quarto fechado - A trilogia de Nova Iorque

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Resolução

Da próxima vez que quiser ver uma comédia e deixar-me levar pela crítica de jornais ou revistas lembrar-me que: onde se diz hilariante deverei ler com alguma piada (por vezes); onde se diz imperdível deverei ler nada de mais; onde se diz uma das melhores comédias do ano deverei ler se fosse mesmo bom já tinha ouvido falar, não?
Gosto do frio que me gela a cara e as mãos nestes dias calmos. Gosto de caminhar sem tempo pelas ruas iluminadas, doiradas, apinhadas de gente que acredita que a vida é mais fácil assim. Gosto das músicas de Sinatra que ecoam por toda a cidade, sobrepondo-se ao barulho dos carros e aos gritos das crianças excitadas. Gosto de calcorrear a minha alma como se ela fosse feita de neve. Deixando pequenas pegadas que já estão a desaparecer. Cada vez mais gosto de estar perto de mim.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Perguntinha

Será que esta tendência para andar sempre na corda bamba me será inata ou foi algo que fui desenvolvendo?

Hoje sinto-me assim...


SIMPSONIZADA




(Vão a http://simpsonizeme.com e simpsonizem-se também!)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Passagens

"Mas as oportunidades perdidas também fazem parte da vida como as oportunidades assumidas, e as histórias não podem viver do que poderiam ter sido."

Paul Auster in Fantasmas - A trilogia de Nova Iorque

Constatações LVII

Nada como um homem novo no local de trabalho para o mulherio ficar todo histérico. Atrever-me-ia a afirmar que, desde esse momento, há interessadas (independentemente do seu estado civil) que passaram a vir trabalhar muito mais arranjadas.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Fait-divers

Depois de 4 aulas de salsa, eu e o meu partenaire abandonamos a aula a meio, debaixo do olhar desaprovador do professor. É que, quando não há vontade, não há nada a fazer. Ainda por cima os restantes pares são muito obcecados, e olham-nos de lado quando começamos a fazer verdadeiras coreografias Dança Comigo e a rir-mo-nos que nem malucos das nossas actuações!
Assim, decidimos ir fumar cigarros e falar sobre a vida. Opções...

Ah?

A revista People elaborou uma lista com os homens mais sexy do mundo. Alguns exemplos:

Ed Westwick
7º lugar


Michael Phelps
8º lugar

Lang Lang
10º lugar


Tem que ser uma brincadeira, certo?

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

E quando me sinto assim...
triste,
cansada,
derrotada,
escrevo para que a alma deixe de me pesar.
Que sensação esta de impotência,
que me aperta,
que me desfoca.
E quando me sinto assim...
em que não tenho lágrimas,
em que os gritos me saem mudos,
vazios de qualquer intenção...
Escrevo.
É o meu refúgio.
A minha única evasão.

Hoje sinto-me assim...


Na idade dos porquês

Qual terá sido o exacto momento em que as pessoas perderam a capacidade de conversar, frente-a-frente, olhos nos olhos? Vejo-as agarradas aos computadores, com amigos por todo o mundo mas sem ninguém ao seu lado. Será impressão minha ou vivemos numa global solidão? Em que o toque foi substituído por letras escritas (inventadas?) em teclados impessoais; em que o olhar foi substituído por câmaras e ecrãs aos quais é demasiado fácil fugir.
Qual terá sido o exacto momento em que as pessoas julgaram que as relações se constroem assim?

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

The story

All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to

Brandi Carlile

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Ditos

"Ir para o café, na altura, era o mesmo que andar na droga."

Adepto de futebol in "A Liga dos Últimos"

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Constatações LVI

Que a vida fosse um dia apenas

e não teria esta urgência em sorvê-la.

Que o amor fosse eterno

e já não pretenderia senti-lo.

Na idade dos porquês

Tenho 33 anos e a minha existência remete-me para um gigante ponto de interrogação.
(Curioso, aos 15 pensava que, por esta altura, seria um gigante ponto final; estaria casada, talvez, com filhos?, e usaria tailleurs clássicos que detesto com prazer. Seria, então, um grande e gordo ponto final. Ponto.)
Felizmente a sociedade evoluiu, eu cresci e, chegada aos intas, sinto-me um enorme ponto de interrogação.
Se é bom ou mau? É o que é, mas as grandes interrogações levam a grandes procuras; quem sabe se um dia destes não me transformo num grande ponto de exclamação!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

E porque as boas séries são para se ver

WILL & GRACE

Passagens

"Consideremos uma palavra que se refere a um objecto: guarda-chuva, por exemplo. Quando digo a palavra «guarda-chuva», vemos o objecto na mente. Vemos uma espécie de bengala, com varas de metal que se dobram e que formam uma armação para um tecido impermeável que, quando aberto, nos protege da chuva. Este último pormenor é importante. O guarda-chuva não é apenas uma coisa, é uma coisa que exerce uma função; por outras palavras, exprime a vontade do homem. Quando paramos para pensar nisto, verificamos que todos os objectos são semelhantes ao guarda-chuva, pois também servem uma função. Um lápis serve para escrever, um sapato para o calçarmos, um automóvel para o guiarmos. E o que eu pergunto agora é o seguinte: o que acontece quando uma coisa deixa de cumprir a sua função? Ainda é a mesma coisa ou transformou-se numa coisa diferente? Quando arrancamos o tecido de um guarda-chuva, o guarda-chuva ainda é um guarda-chuva? Abrimos a armação, pomo-la sobre a cabeça e saímos para a chuva e ficamos completamente encharcados. Será que ainda podemos chamar guarda-chuva àquele objecto? De uma maneira geral, é isso o que as pessoas fazem. Quando muito, dirão que o guarda-chuva está estragado. Mas para mim isto é um erro grave, é a causa de todos os nossos problemas. Como já não pode desempenhar a sua função, o guarda-chuva deixou de ser um guarda-chuva. Pode parecer-se ainda com um guarda-chuva, pode ter sido um guarda-chuva, mas agora transformou-se noutra coisa. No entanto, a palavra empregue é a mesma. Por conseguinte, já não consegue exprimir o que é o objecto. É imprecisa, é falsa, esconde a coisa que deveria revelar. E se nem sequer conseguimos nomear um objecto comum do dia-a-dia que temos nas mãos, como é que podemos esperar falar das coisas que verdadeiramente nos preocupam? Continuaremos sempre perdidos, a não ser que comecemos a incorporar a noção de mudança nas palavras que usamos."

Paul Auster in Cidade de Vidro - A Trilogia de Nova Iorque

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Auto-definição?

"Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre, assim sou eu
(Um pouco mais...)"


Pedro Abrunhosa

Porque nós merecemos!

Anda a passar nas televisões nacionais uma publicidade da L'óreal, se não erro, em que a menina que usa o novo baton da marca diz qualquer coisa como Eu não sou invencível, mas o meu baton é-o por mim. Ora, não percebo onde é que os cérebros brilhantes que tiveram esta ideia quiseram chegar mas parece-me ridículo, bastante até, acharem que as mulheres (a maioria, espero!) iriam gostar.
Para quê sermos invencíveis quando temos um baton da L'óreal? (A palavra invencível também é engraçada, e bem empregue, quais Batmans de saias!) Quem tem um baton daqueles tem tudo!
Portanto, no fundo, é gratificante saber que há pessoas que presumem que uma publicidade que reduz a Mulher a um baton pode chegar-lhe.
Enfim...

Quando eu for grande...

... quero ser Presidente de uma qualquer autarquia.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Hoje este blog vai adormecer assim...


Constatações LV

Apesar de por vezes me enervar com o discurso tão americano de Barack Obama - irrito-me profundamente com os God bless America e os inícios de frase sempre repetidos para dar um ênfase teatral((mente) triste) ao discurso -, espero que seja ele o próximo presidente dessa nação-em-queda-e-com-ela-todos-nós-que-deixará-de-ter-o-presidente-mais-estúpido-de-todos-os-tempos.
Àquela hora, naquele sítio, enquanto olhávamos o sol, com raios laranja a apagar-se no mar, adormecido, lembrei-me de te dizer:
-Somos uns privilegiados, não somos?
Olhaste-me para que eu completasse o raciocínio. Franziste a sobrancelha, quase como se fosses piscar o olho.
-O mar, o sol, esta vista linda que me enche o corpo de maresia e Primavera! E de paz, de paz...
Franziste-me a sobrancelha, quase como se fosses piscar o olho, em tom de aprovação.
Ficamos assim, calados e quietos, para mais de uma hora. Quando nos cansamos daquela sensação de que não se esteve cá olhei-te e piscaste-me o olho. Saímos daquele estado de pause e voltamos para as nossas vidas.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Passagens

"Nova Iorque era um espaço inesgotável, um labirinto de passos intermináveis; mas independentemente da distância que percorresse, independentemente de se ter familiarizado com as vizinhanças e ruas, ficava sempre com a sensação de estar perdido. Perdido, não apenas na cidade, mas também dentro de si. Sempre que dava um passeio, sentia-se como se se deixasse a si próprio para trás e, entregando-se ao movimento das ruas, reduzido a um olho que vê, conseguia escapar à obrigação de pensar, e isto mais do que qualquer outra coisa, trazia-lhe uma certa paz, um salutar vazio interior. O mundo estava no seu exterior, à sua volta, perante si, e a velocidade com que mudava impossibilitava-o de se prender por muito tempo a uma única coisa. O movimento era a essência, o acto de pôr um pé diante do outro e seguir a errância do seu próprio corpo. Ao caminhar sem destino, todos os lugares se tornavam semelhantes deixando de ter importância o sítio onde se encontrava. Nos seus melhores passeios, conseguia atingir o sentimento de que não estava em sítio algum. E isto, afinal, era tudo o que pedira às coisas: não estar em sítio algum. Nova Iorque era esse nenhures que havia construído à sua volta, e apercebeu-se de que não tencionava abandonar aquela cidade, nunca."

Paul Auster in Cidade de Vidro - A trilogia de Nova Iorque

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Da série: Não me canso de homens bonitos (XI)


CANSEI-ME

(pelo menos por agora)

O telemóvel toca. No ecrã vejo quem está a ligar.
- Olá!
- Deixa-me dizer-te uma coisa muito rapidamente e depois não voltamos a falar disso, ok?
- Ok...
- Tenho saudades tuas...
(...)

(Mantivemo-nos à conversa durante uns minutos; não voltamos a falar das saudades que sentimos. Mas esta declaração telegráfica bastou-me. Por vezes é tão simples fazerem-me feliz...)

terça-feira, 28 de outubro de 2008

"Tudo o que perdemos"

Realização: Susanne Bier

Ano: 2007

Intérpretes: Halle Berry, Benicio Del Toro, David Duchovny

Como se consegue lidar com a morte de alguém que nos é demasiado próximo? Será este, talvez, o mote para este filme que aborda também a dependência da heroína e as várias facetas de cada ser humano.
Benicio Del Toro faz com que cada cena em que aparece se transforme numa pequenina obra-prima.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Constatações LIV

Não consigo disfarçar a irritação que sinto quando sou obrigada a lidar com pessoas eternamente descontentes, do género nunca-nada-está-bem.

domingo, 26 de outubro de 2008

Todos os dias me aventuro por descobertas e diferentes estados de espírito. Deambulo, perco-me às vezes, redescubro-me a cada novo passo.
Apercebo-me que a vida é engraçada, num instante nos troca o certo pelo incerto sem que tenhamos sequer tempo de nos apercebermos. Um acidente de carro, por exemplo, quase a acontecer. No instante imediato antes do choque vês o que vai suceder de seguida; o cérebro adianta-se três ou quatro segundos e antevês que vais bater. Mas, e pareceria impossível, não bato! Desvio o volante completamente, um, dois segundos antes de acontecer?, e o carro continua a patinar. Não sei se vou bater noutro lado qualquer, mas não no sítio que antevi, isso é certo. E de repente ele pára. O carro pára e não bati em nada nem ninguém. As pessoas assomadas às portas, à espera do choque, detêm-se uns segundos e seguem; consigo sentir o seu desapontamento no olhar porque nada de verdadeiramente emocionante aconteceu.
E o certo que era ter batido não o foi. Uma fracção de segundos. Uma fracção de segundos que iria mudar-me o humor, certamente, fazer baixar o saldo bancário (meeddooo), que iria levar-me a proferir um monte de palavrões impronunciáveis a maldizer a minha sorte acabou por não acontecer. Pelo menos da forma como já tinha por certa. Afinal, uma fracção de segundos que terminou com uma serenidade imprópria para o momento e uma sensação de gratidão.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

E porque as boas séries são para se ver

(5ªs. à noite - RTP 1)



Perguntinha

Qual terá sido o momento exacto em que Cristiano Ronaldo passou a Cristiano Rônaldo, que não me apercebi?

O dia depois de hoje

Sem sabermos,
A cidade parou,
Uma noite,
Que afinal não chegou.
E tu como um livro,
No branco das páginas
E eu a ler-te nas lágrimas,
Que a manhã acordou.
Sem sabermos,
Inventámos a dor.
(...)
Sem saberes,
Escrevemos as ruas,
Uma sombra,
Desfazendo-se em duas.
E tu como um filme,
Na vertigem da morte
Eu aqui nesta sorte.

Pedro Abrunhosa in "Luz" (2007)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Hoje sinto-me assim...


(Se pudesse pegava em toda a tua dor

e transferia-a para mim...)

Constatações LIII

As notícias muito más caem como se de bombas se tratassem deixando, à sua volta, um vazio cinzento e frio. Por muito que vivamos, em anos ou experiência, há coisas que jamais estamos preparados para ouvir.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

As mulheres e os sms

Li há dias, já não sei onde, que uma das coisas que distingue homens e mulheres vs telemóveis é a sua relação com os sms's. Diz-se que a maioria dos homens apaga os ditos após leitura e que a maioria das mulheres, ao contrário, os guarda para mais tarde reler.
Não pude deixar de sorrir ao ver a minha figura espelhada naquele pequeno parágrafo. Não sei se somos todas iguais mas arriscaria dizer que devemos ser muito parecidas, especialmente no que toca às sms's enviadas por namorados, apaixonados, amantes, flirts e afins. Então é assim:

1. As mulheres não se contentam em reler as mensagens uma vez. Relemo-las vezes sem conta, por vezes até à exaustão;

2. Quando temos um rol de sms's do mesmo remetente, lemo-las da primeira à última para tentar perceber em que estado vai a relação;

3. Quando nos respondem a um sms que escrevemos (um texto bonito, a merecer uma resposta à altura) ficamos sempre desiludidas com a resposta;

4. As mensagens mais bonitas ou românticas que recebemos passam sempre da Caixa de Entrada para as Mensagens Gravadas. Quando estamos deprimidas vamos espreitá-las para nos sentirmos um bocadinho melhor (normalmente antes de irmos dormir);

5. Tentámos dissecá-las ao pormenor;

6. Quando já temos muitos sms do mesmo remetente, a começar a ocupar espaço indevido, lêmo-los todos novamente para fazermos a triagem dos que podem ser apagados;

7. Se nos dá um ataque de raiva em relação ao autor, apagámos todas as mensagens por ele enviadas (normalmente arrependendo-nos logo de seguida e pensando que pelo menos podíamos ter deixado umazinha!!);

8. Caberia neste ponto outro comportamento-tipo que não me ocorre mas que existe, seguramente.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Da série: Não me canso de homens bonitos (X)



WENTWORTH

MILLER

Adrift in Manhattan

Integrando a selecção oficial do Sundance Film Festival 2007, este filme baseia-se na vida de três personagens, pessoas solitárias em grandes cidades, cujas vidas, por caminhos travessos, se ligam.
Alfredo De Villa, o realizador, proporcionou-me um dos mais bonitos filmes que vi nos últimos tempos, de uma simplicidade sabiamente maravilhosa, em que por vezes não resisti a fechar os olhos para me deter na lindíssima banda sonora.
Imperdível. Mesmo.

Porque é que...

Depois ir às compras ao hiper (ontem parecia o Dia das Famílias de Carrinho), munida com a minha preciosa lista para não me esquecer de nada, mal chego a casa apercebo-me de que me falta algo que não constava da lista?
E porque é que isto me acontece de todas as vezes que vou ao hiper, essa viagem tão maravilhosa ao mundo dos especimens consumistas?

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

E por falar em vida pessoal


AMANHÃ

É

NOITE

DE

DANÇAR

Aviso

Em virtude do volume descomunal de trabalho despejado na autora deste blog, tem-lhe sido impossível manter os respectivos serviços mínimos.
Por isso, voltará a mesma aos posts assim que as entidades competentes se aperceberem/lembrarem que é direito das pessoas terem vida pessoal.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Shine a light

Considerado por alguns como um filme-documentário, Shine a Light (2008) é, isso sim, um concerto-com-um-mini-mini-documentário-incluído sobre os Rolling Stones. Pareceu-me um devaneio/tributo de um grande fã que, acaso, se chama Martin Scorsese.
Embora seja um belo concerto (ao qual assistiu Bill Clinton e a sua generosa comitiva), nos moldes a que os avôs do rock (sempre a 100 à hora) nos habituaram, fiquei desiludida com a parte documental, que se resume basicamente a três ou quatro excertos de entrevistas bem antigas dadas por Mick Jagger. Soube-me a pouco, muito pouco.
Curiosidade: afirmava Jagger, numa dessas entrevistas, teria ele vinte e poucos anos, que se via como vocalista da banda aos 60. O que na altura poderia ser entendido como um delírio de uma nova rock star veio-se a confirmar como uma verdade inegável. Felizmente.
A ver apenas pelos grandes fãs que gostam de bons concertos no conforto do sofá.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Da série: Não me canso de homens bonitos (IX)




Guy Berryman

Para ti

Guardo as nossas conversas em caixinhas de cartão tentando, a todo o custo, que os dias não as apaguem.
Guardo a tua voz em cantinhos da memória, resquícios de momentos intemporais que, no entanto, já passaram.
Guardo as mensagens que me envias, triviais, como se de pequenos tesouros se tratassem.
Guardo o teu riso nos meus risos.
Guardo as nossas pequenas (grandes) entregas em lençóis imaginários que, juntos, criamos.
Guardo os abraços que me dás, fazendo-os perdurar à noite, (que se desvanecem com o nascer dos dias).
Guardo-te.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Limitações

Na sequência de uma nova função profissional que vou exercer estou obrigada a "respeitar hábitos de higiene e asseio pessoal", bem como proibida de "possuir, consumir, traficar e/ou facilitar o acesso a substâncias aditivas, nomeadamente (...) ilícitas e bebidas alcoólicas".
Jura???

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Hoje sinto-me assim...



(Não seremos todas nós, mulheres, uma junção baralhada
de Carries, Samanthas, Mirandas e Charlottes?)
Adoro estes dias de fim de Verão que passam por mim como se encantamentos fossem. Dias de paz, de bem estar, de convicção de ter feito a escolha acertada. Dias de risos e canções e alegria. Dias quase perfeitos.

Constatações LII

Chega a ser perturbante a facilidade com que algumas pessoas se esquecem quem foram, de onde vieram.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Perguntinha

Então o mundo pode acabar amanhã e ninguém me dizia nada?

Excerto

"Entrevistador: Mas o Vicente não é católico...
Vicente Jorge Silva: Não. Sou agnóstico. Respeito os valores religiosos e tenho um sentimento de que há transcendência. Tenho simpatia, por exemplo, pelo budismo, pela espiritualidade oriental, pela contemplação. Mas acreditar no Deus que me é ensinado pela Igreja Católica? Um Deus que não serve para nada, que deixa as desgraças todas acontecerem e só está lá em cima a observar? Isso não faz sentido. Não acredito.

Entrevistador: Em que é que acredita?
Vicente Jorge Silva: Acredito numa coisa que está muito desvalorizada e que pode parecer pueril, acredito na bondade (...)"

(Excerto de entrevista efectuada a Vicente Jorge Silva, jornalista, cronista e cineasta, publicada na Revista Sábado)

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Da série: Não me canso de homens bonitos (VIII)




NELSON

ÉVORA

Curiosidades

Talvez há cerca de 1 ano encontrei, na casa de banho de uma discoteca que raramente frequento, uma miúda que trabalhou comigo há uns anos atrás.
Voltei ao mesmo local agora e volto a encontrá-la, de novo na casa de banho.
Há coisas fantásticas...

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Porque é que...

...há famílias que, para se verem, fazem piqueniques anuais, e na minha, encontramo-nos nos funerais?

Constatações LI

Deve ser maravilhoso ter um filho. Uma experiência única, que nos muda a forma de olhar o futuro, de olhar os outros, de olhar para nós. Dizem que deixamos de viver em função do eu, e eu acredito.
Mas o que os recém-pais têm de perceber é que nós, mortais sem filhos, não conseguimos atingir semelhante estado superior e, consequentemente, não temos paciência para ver 74 fotos da criança (que nos parecem mais ou menos todas iguais) e, ao final do quinto vídeo (acompanhado das devidas e minuciosas explicações) já só queremos fugir dali. Questinando-nos, a medo, se algum dia ficaremos assim.

Hoje este blog sente-se assim...



(Há sentimentos que não precisam de ser explicados, não devem ser explicados, porque qualquer tentativa de exteriorização será - sempre - insuficiente para demonstrar esta profunda gratidão)


terça-feira, 26 de agosto de 2008

Escrevo

Escrevo porque me falham as palavras. Escrevo porque não te consigo chegar, não me deixas chegar-te... não sei se porque não queres ou porque o temes. E assim exorcizo as dúvidas que me assolam. Não porque com as palavras que escrevo elas se esclareçam, apagadas da minha mente num ápice (fosse assim e não pararia de escrever) mas, pelo menos, desenrosca-se um pouquinho este nó que sempre me surge quando não consigo compreender.
Escrevo porque me falham as palavras. Escrevo porque receio as respostas.
Escrevo porque me magoa esta frieza repentina sem explicação. Este silêncio que me faz ensurdecer.
Talvez escrevas também...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Este bog já está a salivar...



Só por saber que isto vai ser o jantar.

Violência doméstica

Segundo dados do Observatório de Mulheres morreram este ano, até ao presente mês, 31 pessoas vítimas de violência doméstica, tendo-se registado 35 tentativas de homicídio relacionadas com esse mesmo tipo de violência.
Este observatório estabelece ainda relação entre a crise económica e os homicídios ocorridos porque muitas das vítimas e respectivos agressores estavam desempregados aquando da prática do crime.
É tão fácil seguir o caminho estupidamente mais fácil.

Constatações L

Nunca a expressão "a minha vida dava um filme" fez tanto sentido.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Da série: Não me canso de homens bonitos (VII)





GAEL GARCIA BERNAL

Azul

Juntamente com os primeiros ares da manhã entra o mar pela minha janela. Lá ao fundo a igreja renovada, de novo pintada, para fingir que o tempo não passou. Olho para o infinito e todo ele é muito azul.
Tenho-me perdido muitas vezes nesse azul, que me acalma e me serena, que me faz nele querer mergulhar. Abandono-me muitas vezes ao sabor do meu pensamento que, invariavelmente, vai cair em ti.
E deixo-me cair em ti sem medo ou insegurança ou outra dúvida qualquer. Entrego-me de braços abertos, sem ontem ou amanhã (porque o amanhã pode já não existir), entrego-me com toda a força que existe em mim. Atiro-me sem rede através da minha janela.
Se fosses uma cor serias azul.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Descobri que, contra todas as minhas certezas e procuras de motivos, sorris.
Devias sorrir mais.
O sorriso fica-te bem.

Hoje este blog sente-se assim...


A lutar desenfreadamente com o relógio...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Extreme Ironing

Ao ler a Sábado desta semana descubro um novo desporto radical do qual nunca tinha ouvido falar. O Extreme Ironing consiste em passar a ferro uma peça de roupa enquanto se pratica um desporto radical. Assim, há quem passe a ferro enquanto escala uma montanha, enquanto mergulha, conduz, etc., etc., que as possibilidades são ilimitadas.
Ora, acho que se devia generalizar o conceito. Porque não lavar uma peça de roupa aquando da prática de uma actividade radical? Engraçado seria lavar a peça de roupa num daqueles tanques pequenos, de cimento: a tarefa aí seria herculeamente radical. Outra hipótese seria, por exemplo, fazer uma cama de lavado de num qualquer local longínquo e de muito difícil acesso. Era bonito... É o tipo de actividade que faltava para engrandecer o ser humano...
Agora a sério, já estou como o Nuno Lopes aí em baixo: Façam alguma coisa de útil, vocês querem é aparecer. Vão mas é trabalhar!!!

Tão bom que não resisto a partilhar

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Achados


DVD + CD =

2 €

Passagens

«No planeta seguinte vivia um bêbado. Foi uma visita muito curta, mas que mergulhou o principezinho numa grande melancolia.
- O que é que estás a fazer? - perguntou ele ao bêbado que foi encontrar muito calado, diante de uma colecção de garrafas vazias e uma colecção de garrafas cheias.
- Estou a beber - respondeu o bêbado, com um ar lúgubre.
- E porque é que estás a beber? - perguntou o principezinho.
- Para me esquecer - respondeu o bêbado.
- Para te esqueceres de quê? - perguntou o principezinho, que já começava a ter pena dele.
- Para me esquecer de que tenho vergonha - confessou o bêbado, baixando a cabeça.
- Vergonha de quê? - tentou informar-se o principezinho, cheio de vontade de o ajudar.
- Vergonha de beber! - concluiu o bêbado, fechando-se definitivamente no seu silêncio.
E o principezinho foi-se embora, perplexo. "Não há dúvida de que as pessoas grandes são mesmo muito esquisitas", foi o que ele foi a pensar, durante a viagem

Antoine de Saint-Exupéry in "O Principezinho"

sábado, 9 de agosto de 2008

Constatações XLIX

Não tenho paciência para pessoas burras. Ou melhor, básicas, daquelas-muito-básicas-mais-básico-não-há. Tento ser tolerante, mas essa tolerância esvai-se eternamente quando, ao final de seis piadas, em que a dificuldade de compreensão vai caindo vertiginosamente, qual penhasco à frente dos pés, o meu interlocutor não consegue atingir nada, nadinha!
Coitadito...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Da série: Não me canso de homens bonitos (VI)


ADRIEN BRODY

(P.S.: Este não é daqueles bonitos, bonitos,

mas tem um quelque chose enorme que o torna maravilhoso)

Decisão de fim-de-semana

Não ver os canais portugueses de televisão: vamos ser bombardeados com os vários ângulos do assalto ao BES, pseudo-análises sobre a coragem, pontaria e heroísmo dos operadores da PSP (com direito a estudo e análise detalhada da carreira), testemunhos dos moradores, vizinhos e até de um cão que por lá passava àquela hora, relatos de psicólogos e/ou psiquiatras e/ou médiuns sobre as sequelas e tratamentos mais aconselhados aos ex-reféns e, quem sabe, familiares mais próximos, discursos xenófobos mas, no entanto, disfarçados (não, por acaso foram brasileiros, mas podiam perfeitamente ser portugueses!!), reconstrução da difícil vida dos criminosos que os levou a tal ponto, historial completo de todos os assaltos a bancos ocorridos desde que a comunicação social passou a sofrer do síndrome Big Brother - A vida em directo, e, tenho a certeza, alguma coisa mais que me está a escapar mas que não escapará certamente a quem, de direito, tem esta sede de transmitir "informação". Seja a que preço for.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

PAIXÕES DE VERÃO

(E de Outono, Inverno e Primavera)

"O lado selvagem" (Estados Unidos, 2007)

Será que é possível a um jovem, acabado de sair da Universidade, reunindo todos os predicados para ter um futuro de sucesso, ser capaz de abandonar tudo em prol de uma busca de verdade? Desprovido de bens materiais e para "fugir" à hipocrisia dos tempos modernos? É! Aconteceu, de facto, e Sean Penn, um dos meus actores fétiche, passou para a cadeira da realização e criou este belíssimo filme, onde se destaca também a banda sonora, a fotografia, e o excelente papel principal interpretado por Emile Hirsch, até agora desconhecido para mim.
Uma caminhada solitária e corajosa que acaba, ao contrário do que desejava (gostaria que ele tivesse regressado à "civilização") com a sua morte.
Mas não é isso que nos espera a todos?

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Momento Kodac

Pegar no carro, num final de tarde quente, ao som de Pasión, de Rodrigo Leão. Abandonar a cidade, a mão direita no volante, a esquerda estendida para a rua, a sentir o vento fresco a trespassar-me os dedos abertos e livres. Percorrer, sem horas marcadas, caminhos verdes com alma e sem gente.

Diz que este blog é Leão!

E diz que hoje faz 3 anos o que, na idade blogosférica, deve corresponder mais ou menos a uns 15 anitos humanos. O que significa que para o ano, se lá chegar, terá atingido a maioridade!
Tão bom vê-lo crescer...

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Shame on you Mr. President

"Cavaco Silva já promulgou Acordo Ortográfico"

in Portugal Diário

Da série: Não me canso de homens bonitos (V)





RODRIGO

SANTORO

Pensamento incessante

Férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias.

sábado, 19 de julho de 2008

Huumm...

Depois de uma longa noite de até jás e reencontros, de danças e risos e conversas bamboleantes, de confissões e ousadias, adoro um Sábado calmo, de instrospecção e solidão procurada, de filmes e gelado e sofá.
"Tenta.
Fracassa.
Não importa.
Tenta outra vez.
Fracassa de novo.
Fracassa melhor."

Samuel Beckett

quarta-feira, 16 de julho de 2008




O mEu MuNdO

sÃo As

PaLaVrAs

Passagens

"Os do meu país gostam de alindar as traseiras das casas com frigoríficos velhos, bilhas de gás mal acabadas, o carrinho daquele bebé que já foi para a tropa, uns alguidares rotos que um dia servirão para aparar o vento, um bidé, pelo menos, de loiça esboroada; pátria relha, declinada por gosto próprio.
Que posso eu dizer, se mesmo assim amo este país de convulsões, imundície, traição, inveja e de uma traquinice terna e impune de menino livre? O carinho que sinto por ti, eu não sei negar, país padrasto, amante ingrato... Atravesso este meu país de pântanos e mentiras. País? Ou simples paisagem de pouca autoconfiança e muita dissimulação, onde os novos humildes servos somos todos?"

Alexandre Honrado in "Amor a Monte"

terça-feira, 15 de julho de 2008

Patetices

A British Medical Association, numa conferência que decorreu na Escócia, defendeu a proibição das cenas com cigarros em filmes, de forma a não se influenciar negativamente os jovens, nomeadamente para não aumentar o vício do tabaco entre os mesmos.
Ora, este tipo de argumento, bem espremidinho, e aplicado a outros tipos de cenas de cinema poderia acabar com esta (bela, digo eu) forma de arte. Vejamos:
Dever-se-ia acabar com as cenas de acção porque nelas existe muita violência (ele é murros e pontapés, é sangue que escorre de várias cavidades corporais, é tipos estendidos no chão a gemer, é armas cujo gatilho é premido a torto e a direito, é perseguições a grandes velocidades, etc., etc.) - não é isto uma influência negativa para os jovens?
E os filmes de guerra? E os que versam sobre tráfico e consumo de drogas? Nunca, muito má influência!
Em última instância acabariam também os filmes ditos de amor porque, por regra, há sempre uma cenazita envolvendo sexo ou um toque mais descarado. Ups, má influência!!
Filmes pornográficos? No way.
Artes marciais? Nop.
Filmes sobre política? Uiii, nem pensar...
Bibliográficos? Também não, não existe ninguém "real" que seja perfeito!
Acabe-se com os filmes então, essa forma monstruosa de influenciar negativamente os jovens.
O mundo seria um lugar muito melhor.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Da série: Não me canso de homens bonitos (IV)*



JUDE

LAW

(* E a pedido de muitas famílias)

Constatações XLVIII

Hoje as pessoas com quem trabalho fizeram-me uma autêntica declaração de amor conjunta. Desde os colegas aos chefes. Confesso que fiquei muito sensibilizada, com uma lagrimazita no canto do olho. Há surpresas assim...

E porque me apetece falar de cinema

"Redacted", realizado em 2007 por Brian de Palma (vencedor do Leão de Prata na 64ª edição da mostra de Cinema de Veneza) é quase um não-filme.
Retrata o quotidiano de soldados americanos no Iraque, em 2006, e da forma como o próprio contexto e a personalidade de cada um deles influencia os acontecimentos.
É quase um não-filme, não por não ter qualidade, mas porque nos é apresentado em jeito de documentário, quer pela mão de um dos soldados que anda sempre munido de câmara (o seu sonho era, no final da guerra, estudar cinema; acabou por não o cumprir), quer pelas câmaras de segurança, reportagens de televisão, vídeos da Internet.
Um murro no estômago, crítico e duro, uma visão sobre a injustiça que a guerra do Iraque é.
Como o são todas as guerras.

quarta-feira, 9 de julho de 2008



Paixões


de


Verão

Perguntinha

Porque é que há pessoas que debitam cerca de 50 palavras para dizerem o mesmo que poderia ser resumido em 5?

terça-feira, 8 de julho de 2008

Conto os minutos que, no mostrador, parecem ter morrido.
Tic, tac, tic, tic, tac.
Rogo para que passem rápido, que corram incessantemente até à hora que, pretendo, chegue rápido.
Tic, tac, tic, tic, tac.
O relógio não me obedece.
Tac, tic, tic, tac, tac.
Sabia que, mais cedo ou mais tarde, as máquinas que criamos nos iriam ultrapassar.


"uma hora de partida

mesmo quando não há

lugar certo para ir."

Tenessee Williams

sábado, 5 de julho de 2008

Garatujar

E neste momento apetece-me escrever. Discorrer sobre o que me vem à mente, sem que tenha de ser coerente. Escrever somente sobre o que a cabeça me vai ditando, embalada (talvez) pelo vinho quente que me atormenta suavemente.
Escrever, escrever, escrever.
Ou apenas garatujar.
Escrever sobre o que me rodeia, os livros dispostos em fila, desconexos, a almofada pousada no canto do banco, o ar quente que a janela aberta deixa entrar.
Escrever sobre a música que leva as minhas pernas, cruzadas na cadeira gasta, a bambolearem, os dedos a estalarem por entre o fumo dos cigarros que fumo insistentemente, (oh, necessidade urgente).
Escrevi. Pouco, mas escrevi.
Ou apenas garatujei.
Cumpri-me.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Passagens

"Antes de essa querida tia morrer, estava eu de recente luto, todas as separações são um abatimento, um cipreste a morrer de pé... Separei-me do Jorge, depois de um casamento de amor nublado. Por isso, fiquei agradecida à velha tia. A sua morte permitia-me trocar uma dor por outra dor e levantar-me de ambas..."

Alexandre Honrado in "Amor a Monte"

terça-feira, 1 de julho de 2008

Doçura(s)

Fomos para a cozinha com o intuito de fazermos um bolo muito bonito, foi assim que o tinhas definido. Colocamos os aventais e dispusemos os ingredientes em cima da mesa: o açúcar, a farinha e o fermento, os ovos, a manteiga, o chocolate que, mais tarde, derreteríamos em banho-maria. Intitulaste-te de minha ajudante principal, gostei da designação. Batemos os ingredientes conforme rezava o livro.
Puseste o bolo no forno que ias espreitando, de três em três minutos, após o que dizias, com um sorriso guloso:
- Já está um bocadinho maior! Já podemos espetar o palito?
Mas não, ainda não podíamos.
Cantávamos canções infantis enquanto batemos as natas, açucaradas, que iam salpicando tudo ao seu redor. Já prontas, provamo-las rapidamente, os dedos a correrem para a boca com sofreguidão.
Quando cozido, depois de ter ficado um tempo a arrefecer, cobrimos o nosso bolo com o chocolate derretido, entre as colheradas roubadas e os muitos risos abafados pela pressa que aquela tarefa séria obrigava.
Finalmente colocamos as natas no saco pasteleiro e cobrimos o bolo de bonitas e apetitosas florinhas brancas. Como sobrou, esprememos o conteúdo do saco directamente para as bocas abertas, à vez. E rimo-nos, rimo-nos...
A Rita, com a cara salpicada de cores, qual palhacito mal pintado, observa-me a devorar as natas e diz-me assim:
- Tu não és como as outras pessoas grandes. Não és chata e fazes asneiras que nunca ninguém me deixa fazer!
Olhei para ela enternecida. Foi o melhor elogio que me fizeram desde há muito.

E no final resta-nos isto

"O «caso Maddie» deverá ser arquivado pela Polícia

Judiciária (PJ) por falta de provas."

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Definições

AMIZADE

"Tudo o que eu vi,
estou a partilhar contigo
o que não vivi,
um dia hei-de inventar contigo"

Jorge Palma

Da série: Não me canso de homens bonitos (III)

JOSH HOLLOWAY