domingo, 26 de outubro de 2008

Todos os dias me aventuro por descobertas e diferentes estados de espírito. Deambulo, perco-me às vezes, redescubro-me a cada novo passo.
Apercebo-me que a vida é engraçada, num instante nos troca o certo pelo incerto sem que tenhamos sequer tempo de nos apercebermos. Um acidente de carro, por exemplo, quase a acontecer. No instante imediato antes do choque vês o que vai suceder de seguida; o cérebro adianta-se três ou quatro segundos e antevês que vais bater. Mas, e pareceria impossível, não bato! Desvio o volante completamente, um, dois segundos antes de acontecer?, e o carro continua a patinar. Não sei se vou bater noutro lado qualquer, mas não no sítio que antevi, isso é certo. E de repente ele pára. O carro pára e não bati em nada nem ninguém. As pessoas assomadas às portas, à espera do choque, detêm-se uns segundos e seguem; consigo sentir o seu desapontamento no olhar porque nada de verdadeiramente emocionante aconteceu.
E o certo que era ter batido não o foi. Uma fracção de segundos. Uma fracção de segundos que iria mudar-me o humor, certamente, fazer baixar o saldo bancário (meeddooo), que iria levar-me a proferir um monte de palavrões impronunciáveis a maldizer a minha sorte acabou por não acontecer. Pelo menos da forma como já tinha por certa. Afinal, uma fracção de segundos que terminou com uma serenidade imprópria para o momento e uma sensação de gratidão.

2 comentários:

Anônimo disse...

A condutora é um muito boa... =) beijo

redonda disse...

Ainda bem