segunda-feira, 21 de julho de 2008

Shame on you Mr. President

"Cavaco Silva já promulgou Acordo Ortográfico"

in Portugal Diário

Da série: Não me canso de homens bonitos (V)





RODRIGO

SANTORO

Pensamento incessante

Férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias, férias.

sábado, 19 de julho de 2008

Huumm...

Depois de uma longa noite de até jás e reencontros, de danças e risos e conversas bamboleantes, de confissões e ousadias, adoro um Sábado calmo, de instrospecção e solidão procurada, de filmes e gelado e sofá.
"Tenta.
Fracassa.
Não importa.
Tenta outra vez.
Fracassa de novo.
Fracassa melhor."

Samuel Beckett

quarta-feira, 16 de julho de 2008




O mEu MuNdO

sÃo As

PaLaVrAs

Passagens

"Os do meu país gostam de alindar as traseiras das casas com frigoríficos velhos, bilhas de gás mal acabadas, o carrinho daquele bebé que já foi para a tropa, uns alguidares rotos que um dia servirão para aparar o vento, um bidé, pelo menos, de loiça esboroada; pátria relha, declinada por gosto próprio.
Que posso eu dizer, se mesmo assim amo este país de convulsões, imundície, traição, inveja e de uma traquinice terna e impune de menino livre? O carinho que sinto por ti, eu não sei negar, país padrasto, amante ingrato... Atravesso este meu país de pântanos e mentiras. País? Ou simples paisagem de pouca autoconfiança e muita dissimulação, onde os novos humildes servos somos todos?"

Alexandre Honrado in "Amor a Monte"

terça-feira, 15 de julho de 2008

Patetices

A British Medical Association, numa conferência que decorreu na Escócia, defendeu a proibição das cenas com cigarros em filmes, de forma a não se influenciar negativamente os jovens, nomeadamente para não aumentar o vício do tabaco entre os mesmos.
Ora, este tipo de argumento, bem espremidinho, e aplicado a outros tipos de cenas de cinema poderia acabar com esta (bela, digo eu) forma de arte. Vejamos:
Dever-se-ia acabar com as cenas de acção porque nelas existe muita violência (ele é murros e pontapés, é sangue que escorre de várias cavidades corporais, é tipos estendidos no chão a gemer, é armas cujo gatilho é premido a torto e a direito, é perseguições a grandes velocidades, etc., etc.) - não é isto uma influência negativa para os jovens?
E os filmes de guerra? E os que versam sobre tráfico e consumo de drogas? Nunca, muito má influência!
Em última instância acabariam também os filmes ditos de amor porque, por regra, há sempre uma cenazita envolvendo sexo ou um toque mais descarado. Ups, má influência!!
Filmes pornográficos? No way.
Artes marciais? Nop.
Filmes sobre política? Uiii, nem pensar...
Bibliográficos? Também não, não existe ninguém "real" que seja perfeito!
Acabe-se com os filmes então, essa forma monstruosa de influenciar negativamente os jovens.
O mundo seria um lugar muito melhor.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Da série: Não me canso de homens bonitos (IV)*



JUDE

LAW

(* E a pedido de muitas famílias)

Constatações XLVIII

Hoje as pessoas com quem trabalho fizeram-me uma autêntica declaração de amor conjunta. Desde os colegas aos chefes. Confesso que fiquei muito sensibilizada, com uma lagrimazita no canto do olho. Há surpresas assim...

E porque me apetece falar de cinema

"Redacted", realizado em 2007 por Brian de Palma (vencedor do Leão de Prata na 64ª edição da mostra de Cinema de Veneza) é quase um não-filme.
Retrata o quotidiano de soldados americanos no Iraque, em 2006, e da forma como o próprio contexto e a personalidade de cada um deles influencia os acontecimentos.
É quase um não-filme, não por não ter qualidade, mas porque nos é apresentado em jeito de documentário, quer pela mão de um dos soldados que anda sempre munido de câmara (o seu sonho era, no final da guerra, estudar cinema; acabou por não o cumprir), quer pelas câmaras de segurança, reportagens de televisão, vídeos da Internet.
Um murro no estômago, crítico e duro, uma visão sobre a injustiça que a guerra do Iraque é.
Como o são todas as guerras.

quarta-feira, 9 de julho de 2008



Paixões


de


Verão

Perguntinha

Porque é que há pessoas que debitam cerca de 50 palavras para dizerem o mesmo que poderia ser resumido em 5?

terça-feira, 8 de julho de 2008

Conto os minutos que, no mostrador, parecem ter morrido.
Tic, tac, tic, tic, tac.
Rogo para que passem rápido, que corram incessantemente até à hora que, pretendo, chegue rápido.
Tic, tac, tic, tic, tac.
O relógio não me obedece.
Tac, tic, tic, tac, tac.
Sabia que, mais cedo ou mais tarde, as máquinas que criamos nos iriam ultrapassar.


"uma hora de partida

mesmo quando não há

lugar certo para ir."

Tenessee Williams

sábado, 5 de julho de 2008

Garatujar

E neste momento apetece-me escrever. Discorrer sobre o que me vem à mente, sem que tenha de ser coerente. Escrever somente sobre o que a cabeça me vai ditando, embalada (talvez) pelo vinho quente que me atormenta suavemente.
Escrever, escrever, escrever.
Ou apenas garatujar.
Escrever sobre o que me rodeia, os livros dispostos em fila, desconexos, a almofada pousada no canto do banco, o ar quente que a janela aberta deixa entrar.
Escrever sobre a música que leva as minhas pernas, cruzadas na cadeira gasta, a bambolearem, os dedos a estalarem por entre o fumo dos cigarros que fumo insistentemente, (oh, necessidade urgente).
Escrevi. Pouco, mas escrevi.
Ou apenas garatujei.
Cumpri-me.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Passagens

"Antes de essa querida tia morrer, estava eu de recente luto, todas as separações são um abatimento, um cipreste a morrer de pé... Separei-me do Jorge, depois de um casamento de amor nublado. Por isso, fiquei agradecida à velha tia. A sua morte permitia-me trocar uma dor por outra dor e levantar-me de ambas..."

Alexandre Honrado in "Amor a Monte"

terça-feira, 1 de julho de 2008

Doçura(s)

Fomos para a cozinha com o intuito de fazermos um bolo muito bonito, foi assim que o tinhas definido. Colocamos os aventais e dispusemos os ingredientes em cima da mesa: o açúcar, a farinha e o fermento, os ovos, a manteiga, o chocolate que, mais tarde, derreteríamos em banho-maria. Intitulaste-te de minha ajudante principal, gostei da designação. Batemos os ingredientes conforme rezava o livro.
Puseste o bolo no forno que ias espreitando, de três em três minutos, após o que dizias, com um sorriso guloso:
- Já está um bocadinho maior! Já podemos espetar o palito?
Mas não, ainda não podíamos.
Cantávamos canções infantis enquanto batemos as natas, açucaradas, que iam salpicando tudo ao seu redor. Já prontas, provamo-las rapidamente, os dedos a correrem para a boca com sofreguidão.
Quando cozido, depois de ter ficado um tempo a arrefecer, cobrimos o nosso bolo com o chocolate derretido, entre as colheradas roubadas e os muitos risos abafados pela pressa que aquela tarefa séria obrigava.
Finalmente colocamos as natas no saco pasteleiro e cobrimos o bolo de bonitas e apetitosas florinhas brancas. Como sobrou, esprememos o conteúdo do saco directamente para as bocas abertas, à vez. E rimo-nos, rimo-nos...
A Rita, com a cara salpicada de cores, qual palhacito mal pintado, observa-me a devorar as natas e diz-me assim:
- Tu não és como as outras pessoas grandes. Não és chata e fazes asneiras que nunca ninguém me deixa fazer!
Olhei para ela enternecida. Foi o melhor elogio que me fizeram desde há muito.

E no final resta-nos isto

"O «caso Maddie» deverá ser arquivado pela Polícia

Judiciária (PJ) por falta de provas."