sexta-feira, 18 de junho de 2010

Porra, que estão a morrer os bons escritores portugueses!






16 de Novembro de 1922 - 18 de Junho de 2010

terça-feira, 15 de junho de 2010



Senhores e senhoras que me contactam via telefone por questões profissionais



É favor hoje estarem caladinhos

entre as duas e as quatro da tarde, sim?

sábado, 12 de junho de 2010

Entre parêntesis



(Não sei como conseguiria viver sem ti)




Recordações

A conversa levou-nos até à infância. E recordei os cafés feitos de terra e as refeições - uma mistela de ervas e flores e pedras - servidos em serviços de louça em miniatura e de plástico. Recordei as tardes em que, com muito cuidado, retirava da terra musgo para o presépio. Os passeios de bicicleta. Os pinhões que iam directamente das pinhas para o estômago. A casa que construímos, com uma lareira e tudo, que ficou irrespirável assim que a acendemos pela primeira vez. O saltar à corda e ao elástico, a cabra cega. Os banhos no ribeiro que corria no meio do nada. Os lanches de amoras acabadas de pegar. A descoberta ansiosa e curiosa de lugares inexplorados. O mal-me-quer, bem-me-quer. As chupas compradas no caminho para a escola. As coroas de flores que colocávamos sobre os cabelos sujos. Tempos felizes de ingenuidade e sorrisos fáceis.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Hoje sinto-me assim...



Constatações CI

Uma mulher dá uma volta pela blogosfera e fica abismada com as parvoíces, tontices e idiotices com que se depara.

sábado, 5 de junho de 2010

Excertos


"É extraordinária a forma por que uma pequena cidade toma conta de si própria e de todas as suas unidades. Se cada homem e mulher, jovem ou criança, agir e se conduzir segundo um padrão conhecido e não ultrapassar as barreiras, se não quiser ser diferente dos outros, se não fizer experiências novas, não adoecer e não puser em perigo a tranquilidade e a paz de espírito ou o fluir incessante e ininterrupto da cidade, essa unidade pode desaparecer e nunca mais se fala dela. Mas basta um homem abandonar os conceitos normais ou os padrões conhecidos e seguros para os nervos dos cidadãos vibrarem de nervosismo e a comunicação percorrer todas as fibras nervosas da cidade. Nessa altura, cada unidade está em contacto com o todo."


John Steinbeck in "A Pérola"

sexta-feira, 4 de junho de 2010

R.I.P.

Deixo aqui a minha homenagem a João Aguiar (28 de Outubro de 1943 - 3 de Junho de 2010), escritor, autor de um dos livros mais deliciosos da literatura portuguesa, O navegador solitário, de 1996.
 "O único verdadeiro pecado do mundo terreno é a estupidez. Não podes cometer esse pecado, Solitão. Não hei-de permitir uma traição tão grande e tão feia.
Estás à beira da vitória.
Ter uma vida física liberta de cuidados. Podes saborear o melhor. A beleza, o conforto, os objectos de arte, as mulheres, a comida, os vinhos, ah, Solitão, não podes fazer o que estão a pensar fazer, nunca o permitirei, hei-de quebrar essa decisão e alimentar esse medo, (...)."

Fight Club


Sinopse:

 
Jack vive desesperado por escapar da sua vida monótona, quando conhece Tyler Durden, um carismático vendedor de sabões com uma estranha filosofia. Tyler acredita que a realização pessoal é para os fracos - é a autodestruição que torna a vida merecedora de ser vivida. Pouco depois de se conhecerem, Jack e Tyler lutam no parque de estacionamento de um bar, um espectáculo de violência que lhes dá uma sensação fantástica. Para apresentar a outros homens os prazeres da violência física, acabam por formar um Clube de Combate secreto, que se torna extremamente famoso. Porém, à espera de Jack está uma surpresa chocante.

 
Há filmes dos quais não gostamos, outros de que gostamos mais ou menos, outros ainda de que gostamos muito e há aqueles – raros - que nos deixam boquiabertos.
Fight Club (de 1999, realizado por David Fincher), que já considerei um dos filmes da minha vida, soube-me ainda melhor à segunda vez. Com representações excelentes (especialmente Edward Norton como o insatisfeito Jack, Brad Pitt como o confiante Tyler Durden e Helena Bonham Carter como a louquíssima Marla Singer), Fight Club tem um enredo fantástico, muito por culpa da excelente realização de David Fincher.
Adaptado do livro homónimo de Chuck Palahniuk, é o primeiro caso em que considero o filme melhor do que o livro, algo de muito improvável. E não é pelo livro ser fraco, que não o é, a realização é que é excelente.
Uma obra que me deixou, mais uma vez, presa ao ecrã, numa sensação de crescendo (terminando, ainda por cima, ao som da belíssima Where is my mind de Pixies). No final, tinha tanta energia concentrada, que fui a correr despir o pijama e saí para dançar. Há – raros – filmes assim.