Conseguir aguentar heroicamente na noite de Natal, por causa da família, o Jogo Duplo apresentado pelo Fernando Mendes.
Eu já tive… muito mais paciência do que tenho hoje.
Eu nunca… digo nunca.
Eu sei… algumas coisas, mas quero sempre saber mais.
Eu quero… aqueles de quem gosto sempre perto de mim.
Eu sonho… acalentar, mimar e, no momento certo, concretizar os meus sonhos.
(P.S.: Uma vez mais violo as regras e não passo isto a ninguém. Quem quiser, é favor pegar-lhe.)
França/2002
Realização: Roman Polanski
Elenco: Adrien Brody, Emilia Fox,
Frank Finlay, Maureen Lipman,
Thomas Kretschmann
Esta série termina aqui.
Corro o risco de me escapar algum filme da minha vida mas não quero alargar o leque a obras que, podendo ser muito bonitas ou marcantes, não me são indissociáveis.
Esta série, que me levou a viajar por anos e centenas (milhares?) de filmes que já vi (sim, assumo-me como uma consumidora quase-quase-compulsiva) permitiu-me concluir, nomeadamente, que quem realizou mais filmes da minha vida foi o grande Roman Polanski (estou a falar em termos profissionais, que o resto abstenho-me de comentar).
De resto, continuarei a escrever sobre cinema como, aliás, não poderia deixar de ser.
Suspense
(…) “Antes, na criação do Universo, Deus não fez nada. Depois, decidiu criar o Universo, não se sabe porquê, nem para quê. Fê-lo em seis dias, apenas seis dias. Descansou ao sétimo. Até hoje! Nunca mais fez nada! Isto tem algum sentido?”
«Deus só existe na nossa cabeça, é o único lugar em que nós podemos confrontar-nos com a ideia de Deus. É isso que tenho feito, na parte que me toca».
Agora são as declarações de Saramago que são objecto da mais recente discussão nacional (gosto especialmente da primeira que transcrevi, é mesmo muito boa). E são essas declarações que me levaram a escrever este post, embora o tema já me sobrevoasse há muito.
Não acredito em Deus e tenho dificuldades em aceitar que pessoas interessadas, informadas, cultas – porque não – possam não duvidar da sua existência.
Acho que teria perto de 20 anos quando comecei a aceitar a ideia de não acreditar em Deus. Não porque nunca tivesse pensado nisso até então, mas sim porque não me deixava sequer pensá-lo. Sentia medo. De ir para o inferno, de Deus me voltar as costas por ousar duvidar da sua existência (penso que é demonstrativo de como muita gente foi educada).
Não acredito em Deus, pelo menos naquele que a Igreja nos impingiu. Acho que, simplesmente, é muito mais cómodo para a maioria dos Homens acreditar que há uma força que os guia ou ampara, em comparação com a triste realidade de se saber que tudo depende exclusivamente de nós.
O Saramago não acredita em Deus. Eu também não. Isso fará de nós piores pessoas?
Porque é que há pessoas que respondem tipo-testamento a uma pergunta que não comporta uma resposta com mais de 10 palavras?
Drama
In Editorial da Sábado
Uma criança chinesa, quando interrogada sobre o que queria ser quando fosse grande, respondeu que queria ser uma funcionária corrupta.
Realizado por Wolfgang Becker, este filme de 2003, cuja acção decorre na Alemanha de Leste, retrata a entrada em coma de uma militante socialista, após um ataque cardíaco, poucos dias antes da queda do Muro de Berlim, e a permanente encenação criada pelo filho, quando a mesma acorda, oito meses depois: sabendo que a mãe poderá não sobreviver a qualquer choque, e considerando a sua dedicação à causa política, o filho monta um esquema, envolvendo pessoas, objectos e situações, para que a senhora julgue que nada se alterou no país.
Extremamente bem realizado, é um filme ao mesmo tempo forte e ternurento, que me levou a questionar se tratamos os nossos pais como eles merecem. Muito bom.
Engraçado como é possível definir (minimamente, claro, dadas as circunstâncias) o perfil de um blogger pela forma como ele escreve e como se relaciona com os outros.
Há os simpáticos, os tímidos, os do contra (sim, Funes, refiro-me a si, espero que me perdoe a indiscrição), os intelectuais, os que têm a mania que são bons, os práticos, os elitistas, os que escrevem, os que não escrevem e por aí adiante.
Sei exactamente quais os bloggers que gostava de conhecer, aqueles com os quais teria grandes discussões e os que têm gostos parecidos com os meus, sei aqueles com quem me daria harmoniosamente e com quem andaria sempre à cabeçada.
Mas (quem me lê há largo tempo sabe) este é um blog quase anónimo; ou seja, a grande maioria dos blogs que frequento são-me afins, não estamos “ligados” por qualquer forma de elo real. E isso dá-me a liberdade de que não consigo abdicar.
Lá esta, na blogosfera como na vida.
Comédia Dramática
(Gosto especialmente do tom corrosivo da Clara Ferreira Alves,
uma mulher sem papas na língua, seguramente).
“Num momento em que tanto diálogo (até que enfim!) se trava, não será péssimo encetar diálogos falhados?
- Vais à pesca?
- Não. Vou à pesca.
- Ah, pensava que ias à pesca.
é um modelo do diálogo falhado, um paradigma da incomunicação perfeita, da surdez integral. Que podem comunicar, então, os diálogos falhados para além do seu próprio falhanço? O silêncio carregado de significação de quem, por fim, não quis responder, consciente de que a resposta, muito ironicamente, estava já contida na pergunta. Enfim, teorias.”
Alexandre O’Neill – Os diálogos falhados
(in Flama, 31 de Maio de 1974)
Baby
Tendo por objectivo a divulgação do Dia Mundial da SIDA, em 1 de Dezembro, uma agência de publicidade alemã criou uma campanha que está a gerar grande polémica. Existe nomeadamente um vídeo que mostra um casal em cenas eróticas e, no final, é revelada a cara de Adolf Hitler e a mensagem “A SIDA é um assassino em massa”.
Muito bom.
França/ Espanha/EUA/1999
Realização: Roman Polanski
Elenco: Emmanuelle Seigner,
Frank Langella, Johnny Depp,
Lena Olin
Comédia
EUA/2006
Realização: Jonathan Dayton, Valeria Faris
Elenco: Abigail Breslin, Alan Arkin,
Greg Kinnear, Paul Dano, Steve Carell, Toni Collette
Por isso, este fim-de-semana vai ser de labuta intensa: toda eu serei pincéis, sprays, jornais, músculos (sim, que mudar móveis de sítio não é para todos), unhas encardidas, parafusos, qual picheleira de primeira (sempre sonhei utilizar a palavra picheleira num texto, confesso). Claro que dispenso a parte eléctrica, que uma mulher não é perfeita e quero continuar a ter um sítio onde viver.
O Querido caseiro deverá terminar no Domingo e, se isso acontecer, se tudo ficar como exigentemente planeado, reagirei como se estivesse no programa (lágrimas à mistura).
Desejem-me sorte, sim?
Depois vou andar por aí, a calcorrear cantinhos mimosos do nosso país.
Até já.
Difícil a tarefa. Obrigando-me a usar o gerúndio, essa forma verbal tão caída em desuso, essa forma verbal tão esquecida. Mas, e se calhar por causa do gerúndio, querem agora obrigar-nos a falar e a escrever um português abrasileirado. Esse é um fato, um ato sem escolha nem vontade.
Drama