As horas caíam mortas no chão. As beatas mortas no cinzeiro. Tudo o que me rodeava parecia morto. Pelo silêncio, pela penumbra. O candeeiro, com a sua lâmpada quase apagada, parecia estar a morrer. O sofá, já jazia desde há muito tempo atrás. A televisão parecia ter ressuscitado. Mas não muito. A flor solitária no vaso, não sei se estaria a querer morrer se a nascer.
E depois chegaste, e trouxeste no bolso o sol e o aroma a maresia. O sofá saíu daquele estado de letargia. O candeeiro iluminou-se. A televisão apagou-se. A flor desabrochou, lenta mas teimosamente. Entregaram-se àquela doce orgia.
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