"E a noite era uma criança. Dali, iriam tomar um calmo whisky num bar muito calmo... João Carlos protestou, invocou o trabalho que o esperava, o comentário analítico, peça de responsabilidade. Alexandre não admitia recusas - a noite era sua até às duas horas da madrugada. Então, o papá gato borralheiro poderia correr para os braços do computador e do Audiowriter. E joão Carlos cedeu, com íntimo prazer - o gosto de submeter-se à vontade de um filho crescido, de deixar mimar-se por ele. O que significava, talvez, o mais seguro sintoma de velhice. Que importava, afinal?"
João Aguiar in "O jardim das delícias"
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