de Alejandro González Iñárritu
Se Babel fosse um livro, era-o de contos. De vidas distanciadas. Pelo espaço e pela forma. O filme não tem um fim. Nem uma moral. Percorre apenas momentos cruciais de existências. Que, sem se tocarem, se tocam. É também sobre consequências: até que ponto um acto praticado por alguém pode condicionar a vida de outro. Sem que qualquer um deles tenha disso noção. Uma visão, quanto a mim, deliciosamente crua de realidades.
(Nota: Até de bigode Gael García Bernal fica bem! Tinha de o dizer...)
"(...) penso no absurdo de escrever. De estar a escrever quando podia estar com os amigos, ir ao cinema, ir dançar que é uma coisa de que gosto... mas não, um tipo está ali e é um bocado esquizofrénico. (...) Há sempre uma parte subterrânea nas obras de arte impossível de explicar. Como no amor. Esse mistério é, talvez seja, a própria essência do acto criador. (...) Quando criamos é como se provocássemos uma espécie de loucura, quando nos fechamos sozinhos para escrever é como se nos tornássemos doentes. A nossa superfície de contacto com a realidade diminui, ali estamos encarcerados numa espécie de ovo... só que tem de haver uma parte racional em nós que ordene a desordem provocada. A escrita é um delírio organizado."
"No fundo o que é enlouquecer? É sair de uma determinada norma, não é? É preciso muita coragem para se ser realmente louco."
António Lobo Antunes
P.S.: Porque é que terei eu feito (de uma forma absolutamente inconsciente, claro!!) esta associação?
. A falta de respeito
Como dizia o Miguel Esteves Cardoso (e aqui, adapto à - minha - realidade profissional), o trabalho é fodido.
“60 é o número mágico de David Bowie
O mestre da reinvenção já foi Ziggy Stardust, Aladdin Sane ou Thin White Duke. A partir de hoje, David Bowie é um respeitável senhor de 60 anos de idade.
Mas não se pense que a data o intimida. Cada vez mais o rock é coisa de gente adulta e David Robert Jones, de seu verdadeiro nome, nascido a 8 de Janeiro de 1947, em Brixton, Inglaterra, sabe-o muito bem. Sabe-o tão bem que é possível dizer-se que nunca gerou tanto capital como nos últimos anos. Estima-se que o cantor valha na actualidade quase 180 milhões de euros e que a sua última digressão, a Reality Tour, tenha gerado mais de 40 milhões. Hoje, Bowie não tem planos para festejar a data. Limitou-se a dizer à imprensa que ficará em casa com a família. Mas os fãs é que não estão pelos ajustes e preparam-se para uma noite de arromba. Em cidades como Londres, Milão, Berlim, Roma ou Tóquio está prevista uma série de concertos que assinalam o aniversário, e todos contarão com a presença de uma série de bandas de homenagem. Nos próximos meses, o cantor prepara-se para mais desafios, depois de em 2004 ter abrandado com as lides discográficas e suspendido mesmo uma série de concertos devido a complicações cardíacas. "O último ano foi fantástico - andar a pé de manhã, ver filmes à tarde e à noite ouvir novas bandas foi a minha cura", disse recentemente. Mas foi um descanso activo, porque não deixou de apadrinhar bandas que estavam no início, como aconteceu com os canadianos Arcade Fire ou com os americanos Clap Your Hands and Say Yeah, que se viriam a revelar fenómenos de sucesso. O seu próximo projecto é a curadoria do festival High Line, que se realiza já em Maio, em Nova Iorque, e que culminará com um grande concerto ao ar livre da sua autoria. Apesar de ter feito, nos últimos anos, algumas aparições em concertos como convidado (Arcade Fire e David Gilmour), será o seu primeiro concerto dos últimos três anos. O evento incluirá música, mas também performance, artes visuais, cinema e acções nocturnas, numa mistura de novos talentos e consagrados. Apesar de ainda não ser oficial, tudo indica que o criador de êxitos que atravessam gerações como Heroes, Space Oddity, Ashes to Ashes ou Let"s Dance deverá lançar também um novo álbum lá para o final do ano, seguindo-se uma digressão. O que é mesmo certo é a reedição de cerca de 17 álbuns de uma longa carreira iniciada em 1967 com um homónimo longa-duração. Ao contrário de outras estrelas da sua geração, como Paul McCartney ou Elton John, Bowie nunca investiu em propriedades pelo mundo fora. Segundo o jornal The Independent, possuirá apenas terrenos na zona de Nova Iorque, onde tenciona construir uma nova casa, e um apartamento, em Manhattan, que partilha com a sua mulher, a ex-modelo Iman, e a sua filha mais nova, Alexandria, mais conhecida por Lexi. Hoje há festa lá em casa.”
In Público on line