Será que esta tendência para andar sempre na corda bamba me será inata ou foi algo que fui desenvolvendo?
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Passagens
"Mas as oportunidades perdidas também fazem parte da vida como as oportunidades assumidas, e as histórias não podem viver do que poderiam ter sido."
Paul Auster in Fantasmas - A trilogia de Nova Iorque
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Livrolândia
Constatações LVII
Nada como um homem novo no local de trabalho para o mulherio ficar todo histérico. Atrever-me-ia a afirmar que, desde esse momento, há interessadas (independentemente do seu estado civil) que passaram a vir trabalhar muito mais arranjadas.
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Seres estranhos
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Fait-divers
Depois de 4 aulas de salsa, eu e o meu partenaire abandonamos a aula a meio, debaixo do olhar desaprovador do professor. É que, quando não há vontade, não há nada a fazer. Ainda por cima os restantes pares são muito obcecados, e olham-nos de lado quando começamos a fazer verdadeiras coreografias Dança Comigo e a rir-mo-nos que nem malucos das nossas actuações!
Assim, decidimos ir fumar cigarros e falar sobre a vida. Opções...
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Podia ter sido pior
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
E quando me sinto assim...
triste,
cansada,
derrotada,
escrevo para que a alma deixe de me pesar.
Que sensação esta de impotência,
que me aperta,
que me desfoca.
E quando me sinto assim...
em que não tenho lágrimas,
em que os gritos me saem mudos,
vazios de qualquer intenção...
Escrevo.
É o meu refúgio.
A minha única evasão.
triste,
cansada,
derrotada,
escrevo para que a alma deixe de me pesar.
Que sensação esta de impotência,
que me aperta,
que me desfoca.
E quando me sinto assim...
em que não tenho lágrimas,
em que os gritos me saem mudos,
vazios de qualquer intenção...
Escrevo.
É o meu refúgio.
A minha única evasão.
Na idade dos porquês
Qual terá sido o exacto momento em que as pessoas perderam a capacidade de conversar, frente-a-frente, olhos nos olhos? Vejo-as agarradas aos computadores, com amigos por todo o mundo mas sem ninguém ao seu lado. Será impressão minha ou vivemos numa global solidão? Em que o toque foi substituído por letras escritas (inventadas?) em teclados impessoais; em que o olhar foi substituído por câmaras e ecrãs aos quais é demasiado fácil fugir.
Qual terá sido o exacto momento em que as pessoas julgaram que as relações se constroem assim?
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Dúvidas existenciais
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Constatações LVI
Na idade dos porquês
Tenho 33 anos e a minha existência remete-me para um gigante ponto de interrogação.
(Curioso, aos 15 pensava que, por esta altura, seria um gigante ponto final; estaria casada, talvez, com filhos?, e usaria tailleurs clássicos que detesto com prazer. Seria, então, um grande e gordo ponto final. Ponto.)
Felizmente a sociedade evoluiu, eu cresci e, chegada aos intas, sinto-me um enorme ponto de interrogação.
Se é bom ou mau? É o que é, mas as grandes interrogações levam a grandes procuras; quem sabe se um dia destes não me transformo num grande ponto de exclamação!
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Passagens
"Consideremos uma palavra que se refere a um objecto: guarda-chuva, por exemplo. Quando digo a palavra «guarda-chuva», vemos o objecto na mente. Vemos uma espécie de bengala, com varas de metal que se dobram e que formam uma armação para um tecido impermeável que, quando aberto, nos protege da chuva. Este último pormenor é importante. O guarda-chuva não é apenas uma coisa, é uma coisa que exerce uma função; por outras palavras, exprime a vontade do homem. Quando paramos para pensar nisto, verificamos que todos os objectos são semelhantes ao guarda-chuva, pois também servem uma função. Um lápis serve para escrever, um sapato para o calçarmos, um automóvel para o guiarmos. E o que eu pergunto agora é o seguinte: o que acontece quando uma coisa deixa de cumprir a sua função? Ainda é a mesma coisa ou transformou-se numa coisa diferente? Quando arrancamos o tecido de um guarda-chuva, o guarda-chuva ainda é um guarda-chuva? Abrimos a armação, pomo-la sobre a cabeça e saímos para a chuva e ficamos completamente encharcados. Será que ainda podemos chamar guarda-chuva àquele objecto? De uma maneira geral, é isso o que as pessoas fazem. Quando muito, dirão que o guarda-chuva está estragado. Mas para mim isto é um erro grave, é a causa de todos os nossos problemas. Como já não pode desempenhar a sua função, o guarda-chuva deixou de ser um guarda-chuva. Pode parecer-se ainda com um guarda-chuva, pode ter sido um guarda-chuva, mas agora transformou-se noutra coisa. No entanto, a palavra empregue é a mesma. Por conseguinte, já não consegue exprimir o que é o objecto. É imprecisa, é falsa, esconde a coisa que deveria revelar. E se nem sequer conseguimos nomear um objecto comum do dia-a-dia que temos nas mãos, como é que podemos esperar falar das coisas que verdadeiramente nos preocupam? Continuaremos sempre perdidos, a não ser que comecemos a incorporar a noção de mudança nas palavras que usamos."
Paul Auster in Cidade de Vidro - A Trilogia de Nova Iorque
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Livrolândia
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Porque nós merecemos!
Anda a passar nas televisões nacionais uma publicidade da L'óreal, se não erro, em que a menina que usa o novo baton da marca diz qualquer coisa como Eu não sou invencível, mas o meu baton é-o por mim. Ora, não percebo onde é que os cérebros brilhantes que tiveram esta ideia quiseram chegar mas parece-me ridículo, bastante até, acharem que as mulheres (a maioria, espero!) iriam gostar.
Para quê sermos invencíveis quando temos um baton da L'óreal? (A palavra invencível também é engraçada, e bem empregue, quais Batmans de saias!) Quem tem um baton daqueles tem tudo!
Portanto, no fundo, é gratificante saber que há pessoas que presumem que uma publicidade que reduz a Mulher a um baton pode chegar-lhe.
Enfim...
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Constatações LV
Apesar de por vezes me enervar com o discurso tão americano de Barack Obama - irrito-me profundamente com os God bless America e os inícios de frase sempre repetidos para dar um ênfase teatral((mente) triste) ao discurso -, espero que seja ele o próximo presidente dessa nação-em-queda-e-com-ela-todos-nós-que-deixará-de-ter-o-presidente-mais-estúpido-de-todos-os-tempos.
Àquela hora, naquele sítio, enquanto olhávamos o sol, com raios laranja a apagar-se no mar, adormecido, lembrei-me de te dizer:
-Somos uns privilegiados, não somos?
Olhaste-me para que eu completasse o raciocínio. Franziste a sobrancelha, quase como se fosses piscar o olho.
-O mar, o sol, esta vista linda que me enche o corpo de maresia e Primavera! E de paz, de paz...
Franziste-me a sobrancelha, quase como se fosses piscar o olho, em tom de aprovação.
Ficamos assim, calados e quietos, para mais de uma hora. Quando nos cansamos daquela sensação de que não se esteve cá olhei-te e piscaste-me o olho. Saímos daquele estado de pause e voltamos para as nossas vidas.
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