sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Amnésia

Uma das situações com que, por vezes, me deparo (e, penso, deve acontecer a todos os "adultos" que saem à noite) é encontrar um grupo de jovens, normalmente mulheres, alcoolicamente acelaradas e irritantemente histéricas. É um facto, incontornável, por vezes dificilmente suportável.
Há tempos, num qualquer bar, estando acompanhada por uma amiga, entrou porta adentro um grupo similar ao acima identificado, que tomou conta da pista com os seus corpos desiquilibrados, risos, refrões de canções gritados, bebidas entornadas. Não pude deixar de perceber o olhar de enfado e condenação que a minha amiga me lançou.
Tenho dificuldades em aceitar este tipo de atitude: não que às vezes as miúdas não sejam verdadeiramente irritantes, que o são. Mas o que me faz confusão é a facilidade com que as pessoas esquecem aquilo que já foram. Porque eu e a minha amiga já fomos assim, já fizémos figurinhas que não lembram a ninguém, também nós já fomos jovens-rebeldes-acabadas-de-sair-da-idade-do-armário-e-que-pensam-que-o-mundo-é-delas.
E acho que esse é meio passo para se acabar um adulto enfadonho, moralista, ou seja, um enorme chato.

3 comentários:

Seamoon disse...

é há pessoas que o crecer significa virar chato e bota de elastico!
jinhos

bonifaceo disse...

Nunca fui desses miúdos irritantes, deve ser por isso que não sou desses chatos. :D
Ou talvez seja chato noutra perspectiva.
Beijo.

Lowprofile disse...

às vezes acho que é expectaculo gratuito a mais, mas faz parte, é uma fase.
Já em relação aos olhares indirectos recriminatórios, aceitar o passado, é o primeiro passo para melhorar no presente.
bj