quarta-feira, 20 de maio de 2009

Eu

Se te dissesse que não preciso de mais para viver irias compreender-me. Ao contrário de quase toda a gente. Porque não sou rica, nem famosa, não faço compras ou massagens com a frequência que gostaria, porque nem sempre bebo o melhor vinho, porque não tenho um topo de gama estacionado à porta de casa porque, nem sequer tenho um sistema surround nem, como é possível?, um plasma. Não vou ao cabeleireiro todas as semanas e quem pinta as minhas unhas sou eu. Não passo férias em Bora Bora nem em Nova Iorque.
Se te dissesse que não preciso de mais para viver irias compreender-me. Ao contrário de quase toda a gente. Porque vivo rodeada de natureza e pássaros e essa é das formas mais deliciosas de acordar. Porque às vezes canto aos berros e danço aos saltos pela casa, porque me rio muito (sem me importar com o que possam dizer), porque adormeço e acordo contigo, porque me perco a olhar o céu tentando decifrar formas nas nuvens. Porque uma cerveja ao final do dia, em frente ao mar, é um dos melhores prazeres que sinto poder sentir. Porque me demoro nos jantares, saboreando-os, porque ver um filme ou ler um livro deitada no sofá me parecem momentos perfeitos, tal como quando posso andar de vestidinho e havaianas a passear à beira-mar. Porque me sinto muito livre.
Se te dissesse que não preciso de mais para viver irias compreender-me. Ao contrário de quase toda a gente. E irias sentir, tal como eu, que isso é um raro privilégio.

Um comentário:

elentári disse...

Isso é saber viver, acho eu.
Sem te deixares manipular por uma data de coisas. És tu quem decide o que é realmente bom. E tudo o que disseste é realmente óptimo. Parabéns!