Morremos. Há quem o aceite relativamente bem, há quem fuja desta evidência com todas as forças.
A questão é: e quando sabemos que, a curto prazo, vamos morrer?
(O que imaginaríamos - quereríamos? - que acontecesse bem lá longe, se apresenta como um facto palpavelmente real e imediato. Exageradamente imediato.)
E, pior ainda, quando a morte vem acompanhada de dor?
Será que nós, os que não sabem quando vão morrer, têm legitimidade para censurar quem queira antecipar o momento? Poderemos ser egoístas a esse ponto? Ou poderemos defender teorias (vazias) segundo as quais não podemos, em circunstância alguma, acabar com a nossa vida?
Não sei o que faria se soubesse que ia morrer. De forma estúpida e injusta e dolorosa.
Não sei se quereria antecipar-me ao destino.
Mas compreendo quem o queira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário