quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Ir.
Voltar.
Abraçar.
Querer.
Descobrir.
Amar.
Pensar.
Repensar.
Partir.
Viajar.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Hoje sinto-me assim...


Momentos

O sol estava quente, muito quente para um Outono qualquer. Reflectido na água, desenhava linhas de prata sobre o escuro do azul. Lá à frente as casas, graciosas na sua eterna quietude, estavam como que a despertar de uma manhã morna e sombria.
Conversávamos sobre tudo e nada. Depois ficámos calados a deixar aquele belo início de tarde entrar-nos no corpo, expandir-se e ficar.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Sem comentários

«Para comemorar as aparições de Fátima e a construção da quarta maior igreja católica do mundo, monsenhor Luciano Guerra resolveu esclarecer o País sobre o que pensa de divórcio, mulheres, violência doméstica e islamismo.
Com toda a serenidade, numa entrevista à NS, o reitor do santuário de Fátima começa por dar uma lição de tolerância: “Veja-se o caso da burka nos países islamitas. É evidente que algumas mulheres (…) se sentem constrangidas, mas haverá muitas que se sentem muito bem por estarem protegidas, por ter sido sempre assim desde crianças.”
Perante a passividade do jornalista, passa para a lição seguinte – a da prova de amor: “Há o indivíduo que bate na mulher todas as semanas e há o indivíduo que dá um soco na mulher de três em três anos. (…) Eu, pelo menos, ser estivesse na parte da mulher que tivesse um marido que a amasse verdadeiramente no resto do tempo, achava que [as agressões pontuais não justificam o divórcio.]”
Perante conclusões como esta, é difícil perceber porque é que cada vez mais católicos se afastam da Igreja. Mas também aí o monsenhor tem uma resposta: “Muito por culpa própria, porque se afastaram para caminhos, enfim… para os caminhos do divórcio, da infidelidade, da corrupção …” Tudo, evidentemente, ao mesmo nível.”»


In Editorial da Sábado

Este blog está...



... em fase de encantamento com este cd.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Factos

Num período em que, mais do que nunca, se fala de colesterol elevado, L-Casei Imunitas, produtos light, diabetes, alimentação saudável, aspartame, obesidade infantil, Bifidus activos, calorias, etc., etc., os Lucros da McDonald`s sobem 27%, só neste trimestre do ano.
E de repente chega uma notícia muito bonita... uma

notícia de luz, de paz, de

que pode acontecer, de acreditar.

Choro - compulsivamente - de alegria... é estranho...

normalmente manifesto

alegria a rir...

Sinto o coração lavado.

E tenho um sorriso no olhar.

Constatações XXXIX

Luís Filipe Menezes também constata.

Passagens

"O facto que acabámos de referir é de todo irrelevante para o decurso da trabalhosa história que vimos narrando e dele não voltaremos a falar, mas, ainda assim, não quisemos deixá-lo entregue à escuridão do tinteiro."


José Saramago in

"As Intermitências da Morte"

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Achados

Este é um objecto que serve para massajar a cabeça.

E só aviso que, depois de se experimentar,

é impossível parar de usar.

Genial.

Gostos

Aproveitando a sugestão da
  • Dona-Redonda
  • :

    Gosto de pessoas que aproveitam a vida, sabendo viver.

    Gosto daqueles que sabem rir-se de si próprios.

    Gosto de conversas acesas sobre convicções com quem defende as suas, mas sem cair no radicalismo de pensar que a sua verdade é única e absoluta.

    Gosto de gente (positivamente) louca.

    Gosto daqueles que conseguem dar, sem estar sempre à espera de algo em troca.

    Gosto de gente genuína.

    terça-feira, 16 de outubro de 2007

    Hoje sinto-me assim...


    Isolou-se de todos os que o conseguiriam compreender. E ajudar, se ao menos ele reconhecesse que necessitava de ajuda. Mas não o reconheceu. Talvez devido aos muitos anos de independência (várias vezes sentida como imposta); aos muitos anos a entrar e a sair de casa, da sua casa, silente, morta e fria. Achara sempre que, mais dia menos dia, alguém iria encher aquela casa de luz. Isso não aconteceu.

    Começou a declinar os convites dos amigos: para jantar, para ir ao cinema, para dançar. Desculpava-se com um ligeiro estado gripal, o cansaço do trabalho, a visita que ia receber. Deitava-se, ao invés, no sofá, olhava para a televisão. Desligava a televisão. Ia até ao computador. Saía do computador. Pousava o livro após a leitura de um parágrafo só. Dirigia-se ao armário dos medicamentos. Um Prozac. Não, um só não. Um whisky. Regressava ao sofá e olhava o tecto. Finalmente alguma coisa que lhe agradava observar. O tecto, branco e liso e com sombras. Voava até à infância e criava objectos com as sombras, como gostava de fazer com as nuvens do céu. E assim se deixava ficar. Deixava-se sempre adormecer (naquele torpor).

    Deixou de atender os telefonemas dos amigos. Eram chatos, não gostava de estar com eles, as suas conversas eram fastidiosas. Não queria saber. Passava os dias a sonhar com a noite. A noite, para ele tão quente e aconchegante. De manhã era horrível ter de se levantar. Começou a tomar um Prozac. Era-lhe tão mais fácil...
    As pessoas começaram a notar. A apatia, os olhos vazios esbugalhados, à procura nunca ninguém soube muito bem do quê. Nunca ficaram a saber.

    Uma noite, já perdida a conta aos comprimidos e ao álcool, decidiu que queria ver o mar. E foi, aos tropeções nos seus pensamentos. Admirou-o, belo, com recortes de luar. Huumm, como lhe iria saber bem sentir a água contra a sua pele, gélida e tranquila. Mergulhou.
    Não voltou.

    segunda-feira, 15 de outubro de 2007

    (Anti-) Gostos

    Não gosto de pessoas que passam a vida a falar dos outros porque não querem falar de si.

    Não gosto de me sentir observada, de cima a baixo, para que o que visto, o que calço, a cor que uso nas unhas, os meus ornamentos possam ser perscrutados ao pormenor.

    Não gosto de pessoas que saem sempre à procura de algo mais, o que as impede de se divertirem.

    Não gosto de conversas de chacha nem de quem não tem nada de jeito para dizer.

    Também não gosto daqueles que opinam sobre tudo, mesmo que isso implique não saber do que se fala.

    Não gosto de gente que não é genuína.

    Pois é. Mais uma novidade do mundo SONAE. Agora já é possível utilizar o Cartão Cliente do Modelo e Continente como um cartão de pagamento. Além da adesão ser gratuita, as compras efectuadas podem ser pagas em três vezes, sem juros. E com isto, a maioria das famílias portuguesas vai enterrar-se ainda mais no palavrão chamado endividamento.

    quinta-feira, 11 de outubro de 2007

    Constatações XXXVIII

    Estou com o corpo completamente dorido, consequência de duas horas de ginástica intensa, após ter estado parada uns meses. E sabe tão beeemmm...

    Padrão Burberry

    Vi uma mulher com as unhas
    pintadas assim.
    Medo, muito medo!!

    quarta-feira, 10 de outubro de 2007

    Passagens

    "Poder-se-ia pensar que, após tantas e tão vergonhosas cedências como haviam sido as do governo durante o sobe-e-desce das transacções com a máphia, indo ao extremo de consentir que humildes e honestos funcionários públicos passassem a trabalhar a tempo inteiro para a organização criminosa, poder-se-ia pensar, dizíamos, que já não seriam possíveis maiores baixezas morais. Infelizmente, quando se avança às cegas pelos pantanosos terrenos da realpolitik, quando o pragmatismo toma conta da batuta e dirige o concerto sem atender ao que está escrito na pauta, o mais certo é que a lógica imperativa do aviltamento venha a demonstrar, afinal, que ainda havia uns quantos degraus para descer."

    José Saramago in

    "As Intermitências da Morte"
    Quando nos conhecemos, escolhi-te para mim, imediatamente, inconsequentemente, subconscientemente. Mas não o sabia. Soube-o depois, quando mo contaste. Quando me segredaste esse teu segredo que passou a ser meu também. Porque já era meu e não o sabia.
    A partir daí fomos cultivando segredos. Só nossos. Pequenos tesouros escondidos dos outros. Não por malícia. Não por pudor. Apenas porque há facetas nossas que só mostramos às outras metades de nós.

    terça-feira, 9 de outubro de 2007

    Por que é que?

    Quando estou a terminar de comer o último de 5 quadrados de chocolate é que me apercebo do quão delicioso ele é - o que me obriga a ir buscar mais 5?

    segunda-feira, 8 de outubro de 2007

    Virtualidades

    Conheceram-se pela Internet, num qualquer chat de conversação. Descreveram-se fisicamente, acrescentando-se centímetros e retirando-se gramas, fantasiando sobre a cor dos olhos ou o tom do cabelo.
    Gradualmente, os encontros tornaram-se mais frequentes, as palavras trocadas mais íntimas e, dali a nada, estavam apaixonados.
    Mais umas semanas nisto e decidiram conhecer-se. Marcaram encontro num café.
    Ela pintou o cabelo, ele foi para o ginásio uma manhã inteira. Ela colocou unhas postiças, ele lentes de contacto. E foi naquele café que trocaram o primeiro beijo.
    Começaram a namorar. Estavam juntos às vezes, quando o trabalho o permitia e a relativa distância que os separava se encurtava. No resto do tempo namoravam por Messenger, mail, trocavam fotos e juras de amor.
    Quando fizeram um ano de namoro ele enviou-lhe um ramo de flores virtual.
    Nunca mais a viu.

    "Conta-me como foi"

    Este é o nome da série portuguesa que retrata a vida de uma família lisboeta - a família Lopes -, de classe média baixa, oriunda da província, no final dos anos sessenta.

    Para além da história da família, "acontecimentos marcantes na vida política, social e desportiva em Portugal e no mundo podem ser aqui descobertos, enquadrados com a trama de cada de episódio. Curiosidades, publicidades, programas de rádio e televisão, locutores e apresentadores e as imagens de Portugal em 1968 marcam também presença para serem conhecidos pelos mais jovens e recordados pelos menos novos.
    Apresentam-se na história a evolução da moda, da roupa aos cabelos, as inovações tecnológicas, novos produtos, publicações periódicas, carros e motas... as coisas de um tempo em que telemóveis com máquina fotográfica não seriam mais do que simples alucinação futurista e em que os jovens pensavam no Festival da Canção em vez de em coloridas séries juvenis.
    Conta-me como foi retrata, acima de tudo, o modo de viver e pensar de uma sociedade ainda fechada sobre si, os papéis e as ambições sociais de homem e mulher, de jovens e idosos, os tabus de uma época e a gradual e desconfiada abertura a novas mentalidades."


    Com excelentes actores portugueses, onde destaco Miguel Guilherme e Rita Blanco, a série é imperdível. Aos Domingos à noite, na RTP 1.

    quinta-feira, 4 de outubro de 2007

    Este fim de semana este blog estará assim...



    (Por isso, é favor fazer pouco barulho.)


    quarta-feira, 3 de outubro de 2007

    Será isto o raciocínio lógico-dedutivo?

    1. Ontem, Manuel Pinho, face à questão que lhe foi colocada por jornalistas, relativa à decisão do Supremo Tribunal Administrativo (que mandou desligar a linha de muito alta tensão entre Trajouce e Fanhões, no concelho de Sintra), ignorou-os, dirigindo-se de seguida para um qualquer gabinete.

    2. A revista Sábado desta semana, na reportagem sobre o ministro, refere que "Manuel Pinho é espontâneo, mas a espontaneidade em política é quase sempre um risco. O ministro da Economia tornou-se conhecido pelas gafes, por decretar cedo demais o fim da crise ou anunciar novos postos de trabalho que afinal não eram novos."

    Conclusão: Manuel Pinho é leitor da Sábado.

    terça-feira, 2 de outubro de 2007

    Pergunta difícil

    O que é que é pior: um sítio com boa música e um péssimo ambiente ou um outro com música intragável mas um ambiente aceitável?
    Saía porque isso significava que não ficava em casa. E ficar em casa significava que tinha desistido. De procurar corpos que, como o seu, procuravam corpos. De procurar olhares, insinuações, palavras sussurradas entre dentes que o fizessem sentir-se querido. Atraente. Vivo. De procurar o toque, dissimulado, entre duas bebidas pedidas no bar.
    Saía porque se recusava a (querer) acreditar que a noite já pouco lhe dava. E arrastava-se na ânsia de memórias há muito vividas, há muito perdidas.
    Saía porque o que lhe restava era ficar em casa. Na sua casa, que tão sua a sentia. Mas isso parecia-lhe uma forma de desistir. De se acomodar ao que os dias lhe davam (?). Às noites sós. Lentamente saboreadas, mas sós.
    Saía porque sim. Porque gostava de ser visto, falado, observado. Gostava do cheiro da noite, dos à-vontades inventados por copos e charros.
    De repente, como que apanhado numa bola de neve de nada, deixou de sair.