quinta-feira, 22 de maio de 2008

Humores

Depois da cortina, o cantar dos pássaros e o latir dos cães. As árvores abanam com o vento a chegar. Agora já não, ainda não chegou, afinal. O dia começou soalheiro, com aquele cheiro a maresia e bronzeador. Mas agora, lá fora o muito verde a soltar-se ao ritmo da escuridão a abater-se sobre o local, devagar, bem devagar...
A portada da janela bate, o vento afinal voltou, mais forte. A cortina bamboleia aos seus humores. Chega-me como um prenúncio frio. Os cães continuam a ladrar, nervosamente, intermitentemente. As folhas esfregam-se depressa, cada vez mais depressa, a correr. Os pássaros deixaram de cantar.
Fecho a janela.
A tempestade vai começar.

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