quinta-feira, 31 de maio de 2007
terça-feira, 29 de maio de 2007
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Diário de Maria
Confissões
E acontece-te.
Pela 1ª vez.
Mas um dia, antes, já tinhas pressentido que iria acontecer.
Pensavas nisso como mais um obstáculo que tivesses de ultrapassar para estar ainda mais perto do que chamas maioridade.
Tomas uma atitude.
Com a qual não concordas.
Tens consciência, plena, de que é errada.
Acha-la moralmente criticável.
Mas toma-la.
Porque sim, porque é a única coisa que podes fazer.
Para pagar uma dívida que se chama gratidão.
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Edital
domingo, 20 de maio de 2007
Futebolices
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Fait-divers
P.S.: Não tem nada que agradecer.
E porque...
quinta-feira, 17 de maio de 2007
Politiquices
Pérolazinha
quarta-feira, 16 de maio de 2007
Delírios infantis
terça-feira, 15 de maio de 2007
O Estado das Coisas
(Des)confiança
sexta-feira, 11 de maio de 2007
Venus
Intérpretes: Peter O`Toole, Jodie Whittaker,
Leslie Phillips, Richard Griffiths,
Vanessa Redgrave
Grã-Bretanha, 2006
A velhice vista de uma forma satírica, irónica, crua. Verdadeira.
A redescoberta do desejo.
O querer sexual e a impossibilidade de o concretizar.
Um quase regresso à infância.
Os devaneios de um velho.
Sábio e louco e delicioso...
Os arrufos. As mágoas.
O saber-se tão pouco depois de se ter vivido tanto.
As loucuras de quem já nada tem a provar.
A morte.
quinta-feira, 10 de maio de 2007
Constatações XXVI
quarta-feira, 9 de maio de 2007
Passagens
terça-feira, 8 de maio de 2007
Show(zinho)
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Constatações XXIV
sexta-feira, 4 de maio de 2007
Amanhã
quinta-feira, 3 de maio de 2007
quarta-feira, 2 de maio de 2007
Constatações XXIII
+
Estrela da Manhã
Numa qualquer manhã, um qualquer ser,
vindo de qualquer pai,
acorda e vai.
Vai.
Como se cumprisse um dever.
Nas incógnitas mãos transporta os nossos gestos;
nas inquietas pupilas fermenta o nosso olhar.
E em seu impessoal desejo latejam todos os restos
de quantos desejos ficaram antes por desejar.
Abre os olhos e vai.
Vai descobrir as velas dos moinhos
e as rodas que os eixos movem,
o tear que tece o linho,
a espuma roxa dos vinhos,
incêndio na face jovem.
Cego, vê, de olhos abertos.
Sozinho, a multidão vai com ele.
Bagas de instintos despertos
ressuma-lhe à flor da pele.
Vai, belo monstro.
Arranca
as florestas com os teus dentes.
Imprime na areia branca
teus voluntariosos pés incandescentes.
Vai
Segue o teu meridiano, esse,
o que divide ao meio teus hemisférios cerebrais;
o plano de barro que nunca endurece,
onde a memória da espécie
grava os sonos imortais.
Vai
Lábios húmidos do amor da manhã,
polpas de cereja.
Desdobra-te e beija
em ti mesmo a carne sã.
Vai
À tua cega passagem
a convulsão da folhagem
diz aos ecos
«tem que ser».
O mar que rola e se agita,
toda a música infinita,
tudo grita
«tem que ser».
Cerra os dentes, alma aflita.
Tudo grita
«Tem que ser».
António Gedeão