sexta-feira, 2 de setembro de 2005

Fui buscar-te à estação. O coração batia-me forte, na excitação antecipada do reencontro de quem nunca se perdeu.
Quando chegaste, abraçei-te. Apertei-te contra mim, como se aquele abraço impedisse que voltasses a partir. As palavras atropelavam-se querendo dizer aquilo que o meu coração sentia. Não consegui dizer tudo. Que te tenho gravado na pele. Que penso em ti como se fosses eu.
E quando nos encontramos sós, por fim, na grandeza de um espaço fechado, só nosso, amamo-nos como sempre. Como se fosse a primeira e a última vez. Como se não existisse mundo, tempo, espaço. Só dois corpos que se querem e se amam e se desejam...
Encostei a minha cabeça no teu peito. Oh, sinto-me tão protegida. E tão indefesa. E tão tua.
E nesse momento descubro porque é que vivo. E porque é que vale a pena viver...
E depois partiste. As lágrimas voltam a cair, contidas.
Mas, quando te vejo a sorrires-me, numa despedida encontrada, sorrio-te também... Porque não há distância que nos distancie, nem ausência que não nos aproxime. E a partir daí sei que serás sempre meu...

2 comentários:

salomé disse...

É uma sensação extasiante e um pouco paradoxal porque se, por um lado, parece que estamos embriagadas com a força do que sentimos e parece que se perdem os sentidos, por outro parece que os sentidos ficam ainda mais atentos ao que os rodeia. é tão bom...

Sol disse...

É sim, Salomé... É tão bom...