quarta-feira, 31 de maio de 2006

Pensamento do dia *

“Se fores chata, as tuas amigas perdoam.

Se fores agressiva, as tuas amigas perdoam.

Se fores egoísta, as tuas amigas perdoam.

Agora, experimenta ser magra e linda...”

* Recebido por e-mail

Factos

"(...) Postas as coisas nos termos certos podemos avançar para as acusações de Carrilho.
Pela minha parte, agradeço-lhe desde já a intervenção. (...) Estes períodos de debate, de crítica severa, de acusações trocadas com vivacidade são óptimos para a cidadania. Tendencialmente promovem a reflexão, esclarecem dúvidas, podem mesmo servir como purgante. As redacções não gostam, alguns líderes procedem em conformidade corporativa, mas, ao invés, a sociedade agradece.
Veja-se a experiência da discussão imediatamente anterior à guerra do Iraque, sobre a existência de armas de destruição massiva nas mãos de Saddam Hussein. Hoje percebemos, com maior ou menor clareza, que fomos colocados perante uma mistificação organizada com o objectivo de justificar a guerra. Esse é o melhor dos modernos exemplos da crescente importância da mensagem do mundo globalizado - e também daquilo que os homens estão disponíveis para fazer de maneira a ganhar a batalha da opinião pública. (...)"

João Marcelino in "Sábado"

terça-feira, 30 de maio de 2006

Ping-pong

A D. Ana ter-me-ia dito: É assim a vida...
Ao que teria respondido: Só para quem se deixar conformar com ela.

A D. Ana ter-me-ia dito: Tens que te habituar. As pessoas não são puras.
Ao que teria respondido: Nunca me habituarei. Recuso-me a fazê-lo porque se o fizesse, estar-me-ia a comportar como elas...

A D. Ana ter-me-ia dito: Deixa lá, filha, que Deus escreve direito por linhas tortas.
Ao que teria respondido: Então já começa a estar na altura de Deus comprar uma caneta de melhor qualidade...

Não consigo viver sem...


Calças de ganga: à pirata, à boca de sino, justas...


Rotas, coçadas ou não...


Claras, escuras...

segunda-feira, 29 de maio de 2006

E se algo de muito bom acontece...




... é porque isso é Impulse!!

(Isto faz-me lembrar uma publicidade qualquer...)

Amanhã


Porque não ouvia esta música há muito e porque me deu um prazer imenso redescobri-la. Porque há músicas que, em nós, não têm TEMPO nem espaço.

Onde estiveres, eu estou,
Onde tu fores, eu vou,
Se tu quiseres, assim,
Meu corpo é o teu mundo
Um beijo e um segundo
E és parte de mim

Para onde olhares, eu corro,
Se me faltares, eu morro,
Quando vieres, distante,
Solto as amarras
E tocam guitarras
Por ti como dantes

Agarra-me esta noite,
Sente o tempo que eu perdi,
Agarra-me esta noite,
Que amanha não estou aqui...

Pedro Abrunhosa e os Bandemónio

sábado, 27 de maio de 2006

E naquele momento senti-te uma amizade muito grande.
Queria proteger-te dessas lágrimas (que te fizeram bem, eu sei!!) que choraste como uma criança.
Queria poder ajudar-te. Mais.
Queria que não tivesses de estar assim.
Mas não vais ter sempre de estar assim...

23.37 pm

A música que ouço lembra-me um tango lamentado,
longo, de uma beleza recôndita.
À minha frente, nesta casa perdida entre tantas outras,
vejo a cidade.
As luzes. As da rua e as reflectidas no mar.
E as chamas das velas reflectidas no vidro.
As luzes apagadas.
Navego neste ambiente turvo de luzes.
Deixo-me descobrir, abrir, querer.
Deixo-me voar...

sexta-feira, 26 de maio de 2006

Dr. House


Ele é médico. Irónico. Sarcástico. Egoísta. Genial. Com um humor muito especial...

Ele é o Dr. Greg House.

Uma série na qual estou viciada, muito por culpa de Hugh Laurie, este senhor da foto.

Simplesmente imperdível.

Às quintas à noite na TVI.
Várias vezes por semana na Fox.

quinta-feira, 25 de maio de 2006

Há dias assim. Gostava de poder estar só. Fisicamente. Fechar-me em mim. Estar com os meus fantasmas e pensamentos. Não ouvir nem ter que falar a ninguém. Não ver ninguém nem ter que sorrir. Não me apetece sorrir. Não quero sorrir. Quero genuinidade. Honestidade. E fundamentalmente justiça. Porque não gosto dos antónimos. Por isso, não quero sorrir para me manter genuína.
Apetece-me deitar e dormir. Muito. Para ver se esta angústia se apaga. Embora saiba que quando acordar ela continua lá. Talvez não tão forte. Talvez não tão intensa. Mas continuará lá.
Só quero estar só.

Há dias assim...

Hoje é o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas

Por muito respeito que tenha às crianças desaparecidas, como, de resto, tenho às crianças em geral, começo a ficar cansada dos Dias Internacionais para tudo e mais alguma coisa.
Para quando um Dia Internacional dos Deprimidos, ou dos Alcoólicos, ou dos Resistentes aos Festivais da Canção?

quarta-feira, 24 de maio de 2006

Excertos *

I'm free to do what I want any old time

I'm free to sing my song knowing it's out of trend

I'm free to choose who I see any old time

I'm free to bring who I choose any old time





Keith Richards / Mick Jagger



* Cantado na versão Clã

Momento perfeito...

... ocorre quando, estando num bar com os amigos, extremamente bem disposta, passa a Minha Casinha dos eternos Xutos.

terça-feira, 23 de maio de 2006

Não consigo viver sem...


Uma fresquinha,

sorvida frente ao mar,

no final de um dia de calor.

Variações teatrais

São dez da noite. Entrámos na igreja. Sente-se o cheiro forte do incenso e a penumbra do interior é cortada pela luminosidade das velas. Muitas velas em castiçais altos e gastos. Notas de Mozart ecoam. Nas paredes, projecções de labaredas. Sentamo-nos nos bancos seculares. Duros e frios.
Sinto-me maravilhada, quase no interior do Eyes Wide Shut, do Kubrick.
Entram em cena os actores. Dois. Que começam um monólogo alternado.
Quinze minutos depois começo a ver os primeiros bocejos. As primeiras distracções. Eu própria sinto dificuldades em manter-me atenta mais de três minutos seguidos. Começo a observar os outros. Tentando, com isso, comer o tempo avidamente.
O velhinho que vai fechando os olhos constantemente, sempre resistindo. Até que não aguenta mais. Desconfio que dormitou até ao final da peça. A criança que brinca com as mãos, os pés, os cabelos. Deita-se sobre o colo da mãe e assim fica. A mulher que finge, com a mão sobre a testa, que está a pensar profundamente. O meu amigo que olha para mim com ar de enfado ao que respondo com risos abafados pela enormidade do recinto.
E assim me mantenho. Até ao final que, finalmente chega. Sinto ainda o alívio colectivo. Parcas palmas. Acho que de agradecimento pelo términus da peça.
Saímos e estamos rodeados de labaredas. Estas agora verdadeiras. Belas e grandiosas.
Sinto o cheiro puro e fresco da noite.
Iniciei uma viagem misteriosa e bela, caminhei arduamente sem encontrar o caminho (e que grande caminho) e, merecidamente, respiro o ar da liberdade.

sexta-feira, 19 de maio de 2006

A Casa (Vem fazer de conta)


(...)
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós
Vem fazer de conta eu acredito em ti
Estar contigo é estar com o que julgas melhor
Nunca vamos ter o amor a rir para nós
Quando queremos nós ter um sorriso maior
Bem-vindo a casa dizia quando saía de dentro dela
O bonito paradoxo inventado por uma dama bela
Em dias que o tempo parou, gravou, dançou,
não ‘tou capaz de ir atrás, mas vou
porque sou trapalhão, perdi a chave e já nem sei bem o caminho
nestes dias difusos em que ando sozinho e definho
à procura de uma casa nova do caixão até a cova
o percurso é duro em toda a linha, sempre à prova
o calor é um alimento que eu preciso
o amor é apenas um constante aviso
se sabes que eu não vivo dessa forma
tu sabes que eu não sinto dessa forma

Por isso escrevo na esperança que ela ouça o meu pedido
de desculpas
de socorro
de abrigo
não consigo
ver uma razão para continuar a viver sem a felicidade do meu lar
da minha casa, doce casa, já ouviram falar?

É o refúgio de uma mulher que deus ousou criar
Com o simples e unico propósito de me abrigar
Não vejo a hora de voltar lá para dentro, faz frio cá fora
Faz tanto frio cá fora que eu já não vejo a hora…

Da Weasel/ Manuel Cruz

Onde está o Wally ? (Versão Portuguesa)


Na madrugada de ontem desapareceu uma vaca que se encontrava

no Campo Pequeno, em Lisboa, no âmbito da CowParade.

É caso para se perguntar:

Onde está a Vaca?

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Dúvidas existenciais IX

Porque é que o que verdades inquestionáveis se transformam em grandes mentiras?

Dúvidas existenciais VIII

Porque é que há pessoas cujo nascimento parece ter o propósito de complicar um pouco mais a nossa vida? É para que haja mais adrenalina? Emoções fortes? Ou será simplesmente por puro prazer?

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Tento que as palavras me saiam bebâdas.
Apressadas, aos tropeções, sem nexo ou sequência.
Mas há algo que me coíbe.
Talvez a mágoa que ainda me come como um cancro.
O não esquecimento.
Por muito que tente esquecer.
Limita-me a liberdade de expressão.
Porque quero dizer-te que és cobarde.
Incapaz de lidar com os teus problemas
quando supostamente resolves os dos outros.
Incapaz de resolver a raiva que sinto quando és a sua causa.
Mas não consigo.
Por muito que tente dizer-te que, se calhar, já não vale a pena.
Apesar de tudo.

Não consigo viver sem...


HaVaiAnAs

(de todas as cores)

Passagens

"E a noite era uma criança. Dali, iriam tomar um calmo whisky num bar muito calmo... João Carlos protestou, invocou o trabalho que o esperava, o comentário analítico, peça de responsabilidade. Alexandre não admitia recusas - a noite era sua até às duas horas da madrugada. Então, o papá gato borralheiro poderia correr para os braços do computador e do Audiowriter. E joão Carlos cedeu, com íntimo prazer - o gosto de submeter-se à vontade de um filho crescido, de deixar mimar-se por ele. O que significava, talvez, o mais seguro sintoma de velhice. Que importava, afinal?"

João Aguiar in "O jardim das delícias"

terça-feira, 16 de maio de 2006

Diz-se por aí que...

"Tirando o sol e pouco mais, Portugal não dá nada aos portugueses e os portugueses não esperam nada de Portugal. É um país de Segurança Social falida, da Saúde em desordem e do Ensino para o desemprego. Um país de partidos corruptos, de clientelas, de promessas vãs. Um país que não sabe o que é, nem o que quer, nem para onde vai. Quem se interessa por este país?"

Vasco Pulido Valente in Público
Uma das razões pelas quais te amo tanto
é que me dizes sempre o que preciso de ouvir
sem que tenha de to pedir.

segunda-feira, 15 de maio de 2006

"O melhor creme de beleza (...)

(...) é

uma

consciência

limpa."

Arletty

Por vezes, em virtude da constatação
de comportamentos estranhíssimos,
pergunto-me se eu é que estou maluca
e o (quase) resto do mundo correcto.

(No fundo, acho que não...)

sexta-feira, 12 de maio de 2006

Recordações

Cheguei tímida pela distância dos anos. É estranha essa sensação de se não saber se as coisas e as pessoas são como eram. Porque os anos nos alteram. A vida muda-nos. O nosso interior transmuta-se.
O início do jantar foi calmo. O vinho ajudou a descontrair.
E depois... Ah, depois começamos a relembrar os nossos velhos tempos. As loucuras (tão grandes que foram...). A rebeldia própria de quem pretende mudar o mundo. A doce irresponsabilidade pelos nossos actos (que sabia bem naquele tempo). As bebedeiras. As brincadeiras.
E foi tão bom descobrir que um bonito laço de cumplicidade nos continua a unir...
Os meus amigos...
Que me acompanharam nessa idade de tresloucada e inconsequente descoberta... que comigo participaram no tudo querer, no tudo experenciar...
Senti algum saudosismo também... De alguém que preferia manter-se no passado.
Não consigo pensar assim. Gosto muito desta maturidade construída à força da experiência.

E parecia que todos tínhamos 15 anos outra vez. E que não tinham passado outros quinze. Cantámos músicas relembradas. Dissemos piadas gastas mas que para nós continuam a ser engraçadas.

Depois fomos dançar. Brindámos à amizade. À felicidade de quem nunca se esquece.
E uma vez mais senti que o hoje era ontem.

Dormi feliz.

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Risos.
Muitos risos.
Espelhados em nossos corpos suados de prazer.
Vivido.
Sentido.
Adiado na eterna eminência do acontecer.
Que no entanto aconteceu...

Lágrimas.
Caídas quando não o deveriam ser.
E a tua presença, tão forte, a ajudar-me a ultrapassar...
Obrigada.

Abraços.
Fortes.
Quase asfixiantes.
Ainda bem.

Saudades.
Que voam como eu e tu.
Ondulantes ao nosso sabor.
Como o nosso sabor.


A minha vida...

... tem andado a 150 kms/ hora...

Sim, e eu sei que tal é ilegal.

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Plenitude


do Lat. plenitudine


s. f.,


estado do que é pleno;
estado completo;
preenchimento;
inteireza;
perfeição.

As Facas

Quatro letras nos matam quatro facas
que no corpo me gravam o teu nome
Quatro facas amor com que me matas
sem que eu mate esta sede e esta fome.

Este amor é de guerra. (De arma branca)
Amando ataco amando contra-atacas
este amor é de sangue que não estanca
Quatro letras nos matam quatro facas.

Armado estou de amor. E desarmado.
Morro assaltando morro se me assaltas
e em cada assalto sou assassinado.

Quatro letras amor com que me matas.
E as facas ferem mais quando me faltas.
Quatro letras nos matam quatro facas.
Manuel Alegre

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Dúvidas existenciais VII

Porque é que a maioria dos adultos não consegue manter certas características de infância, tal como dizer o que realmente pensa?

Passagens *

"Ao que chegámos, rosnou João Carlos, retirando do pequeno elevador da cozinha o jantar encomendado ao restaurante do décimo quinto andar. Ao que chegámos. Jantar com alguém em presença remota. Estamos, de facto, no paraíso terrestre. Pousou a bandeja na mesa do videofone central e esperou que a ligação pré-programada se fizesse automaticamente. Então, o ecrã mostrou-lhe um recanto da sala com duas peças de artesanato africano e a mesa diante da qual se sentava Orlando, um negro de cinquenta e bastantes anos, de cara redonda e olhar plácido.
- Isto do vídeo jantar é uma merda - atirou-lhe João Carlos em jeito de saudação. - É uma coisa contranatura.
Orlando não se perturbou.
- Boa noite também para ti, meu filho, e bom apetite. Já discutimos este assunto. Mas esta invenção tem, pelo menos, uma virtude: podemos beber o vinho que nos apetecer, já pensaste nisso? Depois, cada um arrasta-se para a respectiva cama e não há desastres rodoviários. É ou não uma vantagem? Além disso, há quanto tempo é que nós não nos vemos? Quatro, cinco meses?
João Carlos ergueu o seu copo.
- À tua. Diz-me uma coisa, Orlando: porque é que tu aguentas isto? Porque é que não voltas para Angola? Dizem-me que, por lá, as pessoas ainda se encontram, ainda se visitam. Por enquanto."

João Aguiar in "O jardim das delícias"

* Ou: Será que este futuro estará tão longe assim?

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Há coisas...

que só o SILÊNCIO

pode dizer...

SSSSHHHHHH...